Publicado em 17/06/2022 - 08:05 / Clipado em 20/06/2022 - 08:05
SoU_Ciência apresenta ao público os Indicadores de Alerta Covid
Levantamento pode ajudar autoridades e órgãos públicos na tomada de decisões.
Ana Paula Rogers / Assessoria,de Campo Grande
O Centro SoU_Ciência divulgou ao público os Indicadores de Alerta Covid (indicador de alerta em fases, dependendo do local e da situação epidemiológica), que poderá ajudar as autoridades e órgãos públicos na tomada de decisões para retomada do uso de máscaras e demais ações de saúde no Brasil. O trabalho foi elaborado pelos pesquisadores Ethel Maciel e Wanderson Oliveira, ambos epidemiologistas, e Soraya Smaili, farmacologista e coordenadora do Sou_Ciência.
Os primeiros casos e óbitos confirmados de COVID-19 no Brasil foram registrados em 26 de fevereiro e 17 de março de 2020, respectivamente, no Estado de São Paulo. Naquela ocasião, o Ministério da Saúde havia estabelecido três níveis de resposta, conforme publicado no Boletim Epidemiológico do Centro de Operações de Emergência nº 01, publicado em 3 de fevereiro de 2020, sendo o Nível de Alerta, Nível de Perigo Iminente e Nível de Emergência (1).
“Quando houve a revogação do decreto de emergência de saúde pública de importância nacional, alertamos que seria necessária a criação de indicadores que pudessem balizar a necessidade de instituição de novo decreto, caso o vírus fizesse mutações ou ocorresse uma mudança no padrão da doença. Sem termos indicadores operacionais para a implantação nos serviços, há uma dificuldade de comunicar a sociedade e mesmo instituir novas mudanças, como a contratação de serviços e de pessoal para o enfrentamento da pandemia”, comentou a pesquisadora Ethel Maciel.
De acordo com a pesquisadora, a proposta divulgada hoje pelo SoU_Ciência visa padronizar indicadores que possam ser utilizados para o monitoramento da pandemia da Covid-19 e leva em consideração a incidência da doença nos anos de 2020 e 2021. Para estabelecimento da linha de corte foi usada a média de incidência da semana epidemiológica (SE) 35 a 45 de 2020 (linha superior) e 2021 (linha inferior).
“Este foi o parâmetro utilizado para considerar Nível de Alerta objetivo. Quando a incidência semanal ultrapassa o primeiro limite é NÍVEL 1 - PERIGO IMEDIATO, quando ultrapassa o segundo limite é NÍVEL 2 - EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA. Assim, os gestores podem monitorar seus casos e com eles antecipar a instituição de medidas sanitárias”, completou Ethel.
Cada nível de resposta é baseado na avaliação do risco da Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) afetar o Brasil e o seu respectivo impacto na saúde pública. Questões importantes são consideradas nessa avaliação:
Transmissibilidade da doença, como seu modo de transmissão, eficácia da transmissão entre reservatórios para humanos ou humano para humano, capacidade de sustentar o nível da comunidade e surtos;
Propagação geográfica de variantes e subvariantes do SARS-CoV-2 entre humanos, animais, como a distribuição global das áreas afetadas, o volume de comércio e viagens entre as áreas afetadas e outras unidades federadas;
Gravidade clínica da doença, COVID-Longa, como complicações graves, internações e mortes;
Vulnerabilidade da população, incluindo imunidade pré-existente, grupos alvo com maiores taxas de ataque ou maior risco de graves doenças;
Disponibilidade de medidas preventivas, como vacinas, medidas não farmacológicas (uso de máscaras) e possíveis tratamentos; e
Recomendações da Organização Mundial da Saúde e evidências científicas publicadas em revistas científicas.
Confira os dados e indicadores aqui.
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