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Publicado em 09/09/2023 - 14:56 / Clipado em 14/09/2023 - 14:56

Infectologista da Unicamp aponta ‘crime’ contra a população na pandemia


Rachel Stucchi, voz de grande credibilidade durante a crise sanitária, endossa opinião de brasileiros que culpam Bolsonaro e pedem julgamento

 

Por Marcelo Pereira

 

 

Para 62,1% dos entrevistados, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde foram os principais responsáveis pelas mortes na pandemia - Foto: Leandro Ferreira/Hora Campinas

A infectologista Raquel Silveira Bello Stucchi, professora associada do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é categórica. Para ela, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro “sem dúvida nenhuma” cometeu “um crime contra a população brasileira” no enfrentamento da pandemia da Covid-19.

Referência em infectologia e voz de grande credibilidade durante a crise sanitária, a docente endossa a opinião dos brasileiros que atribuíram à gestão Bolsonaro o desastre das 700 mil vidas perdidas. O Hora Campinas ouviu a especialista sobre a pesquisa realizada pelo Centro de Estudos SoU Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), trabalho que acaba de ser divulgado.

O levantamento mostrou que 51,5% da população quer que os crimes associados aos mais de 700 mil óbitos pelo novo coronavírus no Brasil sejam julgados e condenados.

A pesquisa apontou ainda que para 62,1% dos entrevistados, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde foram os principais responsáveis pelas mortes.

Para pesquisadores, se a conduta tivesse sido outra, o desfecho seria diferente.

“Alguns levantamentos feitos por pesquisadores brasileiros, alguns deles liderados pelo Pedro Hallal, da Unversidade Federal de Pelotas, demonstram que, no mínimo , 400 mil mortes teriam sido evitadas se o governo anterior tivesse uma atitude favorecendo a compra mais rápida de vacinas e tivesse uma atitude também em favor da vacinação”, analisa.

Ela lembrou das compras tardias e da resistência do governo em fechar contratos, sob argumento financeiro. “Além disso, se sucedeu uma grande campanha desencorajando a vacinação”, complementa. “O governo anterior foi responsável por questionamento sobre a necessidade de vacinação, falando que era uma gripezinha e dizendo que viraríamos jacarés, teríamos chips implantados ou teríamos risco de outras doenças”, reforça.

A infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, defende julgamento e punição, como demonstra a opinião que aparece na pesquisa – Foto: Hora Campinas

A infectologista pontuou que os não-vacinados tiveram e têm mais chance de hospitalização e de desenvolver as formas graves da doença.

Fatos e declarações incontestáveis indicam que Bolsonaro desdenhou da pandemia desde o começo. Ele chegou a debochar dos que estavam com falta de ar e seguiu caminhos contrários à ciência. Seus argumentos sempre orbitavam pelo impacto econômico, em contraponto à saúde pública. Essa visão foi seguida pelos seus ministros e assessores mais fiéis, com raras exceções.

Para a infectologista, o “crime” perpretado contra a saúde pública deveria ser “julgado para que a punição acontecesse”

Dados do Painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, apontam que o País registrou 37 milhões de casos da doença (número pode ser bem maior em virtude da subnotificação), com 705.172 mortes até esta sexta-feira, 8 de setembro. A taxa de letalidade foi de 1,9%.

O vacinômetro aponta que já foram aplicadas 517 milhões de doses de imunizantes, das quais 28 milhões bivalentes.

 

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