Clipclap

Aguarde ...

 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 07/11/2022 - 07:28 / Clipado em 07/11/2022 - 07:28

Hortas comunitárias ajudam moradores em situação de vulnerabilidade




Beatriz Gomes


As hortas comunitárias, instaladas em terrenos particulares e da prefeituras do ABC, têm ajudado na alimentação de munícipes e gerado renda. Entre as plantações, se encontram, principalmente, diversos tipos de alface, rúcula, salsinha, cebolinha, repolho e cenoura, além de ervas condimentosas e medicinais.

Em Santo André, o projeto Horta das Nações funciona há 34 anos. É administrado por moradores do Parque Capuava, que cultivam plantas medicinais para chás, legumes, verduras e até frutas. pequena agroflorestal dentro do meio urbano, o espaço engloba horta comunitária, jardim comestível, ecoponto de troca de óleo e recebimento de reciclados.

O projeto doa parte da nossa produção para a Casa dos Pobres, em São Mateus, em São Paulo. “Algumas vezes doamos para os ‘Anjos da Sopa’, além da Cozinhas Solidárias. Também ensinamos os membros da nossa região a plantar, manter e colher mantimentos, tanto em suas casas como na nossa horta em si”, conta André Ferreira da Silva, um dos agricultores do local.

A produção é toda natural e orgânica o que, segundo Silva, torna o alimento um nutriente de verdade. Os moradores também podem comprar os produtos, por um valor menor do que em grandes supermercados já que não existe custo de transporte. Além disso, têm tem a chance de ver como é colhido o alimento e como é plantado. “Com isso, ver como tudo é natural e cheio de nutriente”, ressalta.


Dentro de condomínio

Ainda em Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) implantou uma horta comunitária para os moradores do Conjunto Habitacional Jardim Cristiane, para beneficiar as cerca de 40 famílias. A horta integra uma série de ações do projeto GIRS (Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e Educação Ambiental) Condominial em Habitação de Interesse Social e foi adquirida por meio de compensação ambiental, pois está instalada dentro do terreno do condomínio, de uso exclusivo dos moradores, que cultivam hortaliças, verduras e ervas aromáticas.

O projeto teve o objetivo de reduzir a geração de resíduos e aplicar iniciativas sustentáveis. A ação contou com palestra sobre resíduos e visita monitorada ao Aterro Municipal.

Durante a realização das obras do Complexo Viário Cassaquera, o Semasa promoveu uma série de atividade de educação ambiental junto a moradores e equipamentos públicos do entorno da obra. Neste sentido, em outubro, a autarquia iniciou a implantação de hortas em três escolas estaduais (Homero Thon, Valdomiro Silveira e Carlos Cerchiari), UBS Jardim Carla, Creche Profª. Adalgisa Boccacino e em duas Emeiefs (Elisabete Leonardi e Homero Thon), que ganharam 681 mudas. Entre as etapas de orientação, plantio e colheita foram realizados 623 atendimentos, entre crianças, jovens e adultos.

Em dezembro O Semasa prevê a implementação de 3 hortas comunitárias em locais de trabalho dos servidores da Prefeitura e da autarquia.

Há ainda o projeto “Agrofloresta Comunitária nos arredores do Córrego Alzira Franco: plantar água, cultivar a comunidade e colher os frutos”, realizado pelo Coletivo Nasa e financiado pelo Fumgesan (Fundo Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental), que começou em setembro e prevê a implantação da transição de um cultivo tradicional de hortaliças, legumes e frutas, já existente na região, para o cultivo que utilize técnicas agroecológicas. O objetivo é a produção de alimentos seguros e saudáveis, com a recuperação do solo, da água e da mata.



Dezesseis em São Bernardo

São Bernardo possui 16 hortas urbanas, coordenadas pela Associação Global de Desenvolvimento Sustentado (AGDS), além de duas sob gestão da Prefeitura e outras 10 vinculadas a comodatos particulares. Os espaços ficam localizados nas ruas Afonsina, Juquiá, Caminho do Mar, Líbero Badaró, Rio Verde, Dourados, Santo Inácio, Uberaba, da Transmissão, Sapucaí e Paranapanema.

Mais de 52 famílias cadastradas hoje são beneficiadas diretamente pela iniciativa. Como forma de apoio, entre as ações, há recuperação ambiental dos terrenos, fomento às atividades, orientação, retirada do lixo, entulhos e podas verdes, instalação de sistema de irrigação, conquista de tarifa social junto à Sabesp, apoio jurídico, gestão junto ao concessionário para reforma de muros e cursos de hortas urbanas e paisagismo. São produzidas, mensalmente, cerca de 32 toneladas e produtos. Os espaços são abertos à população em horários matinais.


Hortaterapia

São Caetano mantém projeto de hortoterapia, com hortas comunitárias instaladas nos CISEs (Centros de Integração de Saúde e Educação) da Terceira Idade. A iniciativa tem sido cada vez mais usada no tratamento de doenças ou desequilíbrios emocionais, como estresse e depressão, com o suporte e acompanhamento de um terapeuta ou médico. A hortaterapia pode ser passiva ou ativa, sendo que no primeiro caso os usuários contemplam a beleza da natureza e, no segundo, os pacientes participam diretamente da criação, organização, manutenção e cuidado do espaço verde.

Os projetos de hortaterapia envolvem a participação ativa de pacientes que plantam, regam, podam e se envolvem de corpo e alma nessa atividade, para depois contemplarem os resultados de toda essa dedicação, vendo a beleza crescer ao seu redor com plantas florescendo e frutificando.

A hortaterapia é aplicada nos CISEs Benedicto Djalma Castro (Bairro Prosperidade), Dr. Moacyr Rodrigues (Bairro Santa Paula) e João Nicolau Braido (Bairro São José), além da Estação Cultura (Centro).


Em Diadema

Em Diadema, são 24 hortas comunitárias, todas em áreas públicas, como terrenos municipais e linhões da Enel. Na prática, o primeiro plantio é entregue pela Prefeitura, ao morador participante, para que ele continue a cuidar dos canteiros. As hortas comunitárias existem em Diadema desde 2010 e por meio do decreto 7.486/18 a iniciativa municipal se torna uma política pública. Atualmente são cultivados 1.088 canteiros.

O resultado é o consumo de alimentos agroecológicos pelos moradores envolvidos e seus familiares e, em alguns casos, com a venda de verduras e temperos, é uma forma de obterem renda que ajudam nas despesas mensais. São 356 moradores envolvidos no plantio e 824 beneficiados diretamente.

Mauá conta com duas hortas comunitárias, Horta Comunitária Vila São José (Projeto Piloto), na rua João Cosmai, nº 91; e o Parque Ecológico da Gruta de Santa Luzia, na rua Luzia da Silva Itabaiana, nº 101, Jardim Adelina.

A Prefeitura envia hortaliças, que atendem em torno de 2,2 mil famílias cadastradas e referenciadas pelo CRAS e famílias envolvidas nos projetos locais. A produção das hortas comunitárias ajudam na complementação dos itens distribuídos. O projeto foi iniciado, primeiramente na Vila São José, em 2021. Desde então, já foram plantadas em torno de 6 mil hortaliças, entre temperos e ervas medicinais. Com essa produção, deve conseguir, em média, 4 colheitas anuais.

Os espaços estão disponíveis para moradores locais e voluntários da comunidade e fora. Nestes espaços, a Prefeitura realiza um trabalho intersetorial para cuidar da limpeza, acompanhar e monitorar o uso do solo e desenvolver o projeto de hortas educacionais nas escolas e também com o desenvolvimento, criação e fornecimento de mudas.

Ribeirão Pires possui duas hortas do tipo implantadas na cidade, uma na Casa da Acolhida, localizada na IV Divisão, e a segunda também está presente na IV Divisão, mas ao lado do CEU (Centro Educacional Unificado) do bairro. Os moradores da região podem ir às hortas e participar da produção e serem diretamente beneficiados com a colheita, sem necessidade de inscrições. São beneficiadas cerca de 40 pessoas em situação de rua atendidos diariamente pela Casa de Acolhida.


https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3178305/hortas-comunitarias-ajudam-moradores-em-situacao-de-vulnerabilidade/

Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP

Seção: Meio Ambiente