
Publicado em 18/08/2022 - 07:30 / Clipado em 18/08/2022 - 07:30
Em 15 dias, ABC registra alta de 123% nos casos de varíola dos macacos
Giulia Frazão
As confirmações de casos de varíola dos macacos, ou Monkeypox, mais que duplicaram nos últimos 15 dias no ABC. Conforme levantamento feito com as secretarias de Saúde, o número de diagnósticos saltou de 52 casos (2 de agosto), para 116 confirmações nesta quarta-feira (17), variação de 123%.
O monitoramento da enfermidade na região é feito através da Vigilância Epidemiológica de cada município, com apoio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que recebem a confirmação. Em caso de suspeita da doença, o munícipe deve se dirigir à unidade de saúde mais próxima.
A região do ABC é a mais afetada em todo Estado, e Santo André e São Bernardo são, respectivamente, as cidades com maior número de casos confirmados, atrás apenas da Capital. Para se ter ideia, na primeira cidade, já foram confirmados 43 casos, dos quais 22 pessoas já se curaram e outras 21 permanecem em isolamento social. Para combater a doença, os munícipes têm recebido orientações para conscientizar sobre a enfermidade, além de campanhas em redes sociais e veículos de imprensa.
Já em São Bernardo, 33 munícipes foram diagnosticados com a varíola dos macacos. Todos os funcionários da linha de frente foram treinados para de detecção e acolhimento dos casos suspeitos ou confirmados da doença. Estes casos são atendidos tanto nas 33 Unidades Básicas de Saúde (UBS) como nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e se houver necessidade são encaminhados para a avaliação de infectologista.
Em São Caetano, a Secretaria de Saúde confirmou nove pacientes com Monkeypox, sendo que seis já se curaram e outros três permanecem em isolamento social. Já em Diadema, foram registrados 21 casos. Na cidade, além de campanhas para conscientização da doença, um material com as principais dúvidas sobre a varíola dos macacos e um vídeo educativo circula entre a população.
Mauá contabilizou oito casos da doença. A cidade não menciona promoções de ações de conscientização da enfermidade, mas disse, em nota ao RD, que trabalha para capacitação dos profissionais e monitoramento dos casos. Já Ribeirão Pires tem o menor número de casos, com duas confirmações. O município ressalta que tem reforçado sobre as medidas sanitárias de prevenção.
Rio Grande da Serra não se pronunciou até o fechamento da reportagem.
Varíola dos Macacos
Para a infectologista do Hospital Christóvão da Gama de Diadema, Lorena Hornke, a doença tem características novas, mas já é conhecida dentro da medicina. “O primeiro caso descoberto de varíola dos macacos foi em 1958, desde então aconteceram pequenos surtos em locais diferentes e este ano houve um surto maior, de escala mundial”.
Sintomas
A especialista ressalta que o paciente pode apresentar como sintomas iniciais: febre que dura cerca de três dias e que pode ser acompanhada de dor no corpo (principalmente nas costas) e mal-estar. Após os primeiros sintomas, gânglios no pescoço e pequenas lesões de pele, “que com o tempo se rompem e criam uma crosta”. Em todos os casos, é orientado acompanhamento médico.
Já o diagnóstico da doença pode ser obtido em exame laboratorial com resultado em até quatro dias, pela rede pública ou privada.
Transmissão
A transmissão da Monkeypox se dá através de contato com as feridas, por exemplo através de lençóis ou roupas. “Existe uma grande fala de que essa doença se dá entre homens que fazem sexo com outros homens, mas é preciso lembrar que durante o ato sexual é onde há o maior contato pele a pele. A doença não é transmitida somente entre homens homossexuais”, ressalta Lorena.
Apesar da doença acometer todas as faixas etárias, a infectologista chama atenção para o paciente imunossuprimido, onde, nestes casos, pode haver alguma complicação que precise de uma internação hospitalar. Apesar disso, a médica aponta que geralmente a evolução é de forma benigna e não há nenhum tratamento além de cuidados gerais.
O paciente que apresentar a enfermidade deve ficar em isolamento por cerca de 21 dias. Entretanto, a infectologista alerta que o período de isolamento pode variar de acordo com a gravidade da doença. “Um paciente que apresente poucas lesões, após cair a última ‘casquinha’, pode suspender esse isolamento”, exemplifica.
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Seção: Saúde