Clipclap

Aguarde ...

 Portal G1

Publicado em 06/11/2023 - 08:52 / Clipado em 06/11/2023 - 08:52

Trabalhadores seguem em greve e esperam GM reintegrar mais de 830 demitidos na fábrica de São José dos Campos


Categoria aprovou paralisação até que a empresa reintegre oficialmente os 839 funcionários que haviam sido demitidos na unidade.

 

Os funcionários da General Motors (GM) decidiram nesta segunda-feira (6) manter a greve na fábrica de São José dos Campos (SP) até que a montadora reintegre os 839 funcionários demitidos na unidade.

No sábado (4), a GM informou que vai cumprir decisão da Justiça do Trabalho e cancelar as 1,2 mil demissões anunciadas em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.

A greve começou no dia 23 de outubro, após a empresa anunciar a demissão em massa por e-mail e telegrama.

Em assembleia nesta segunda, a categoria decidiu manter a paralisação até que a empresa reintegre oficialmente os 839 funcionários que haviam sido demitidos em São José, unidade mais afetada pelos cortes.

A continuidade da greve foi aprovada por unanimidade. A assembleia contou com a participação de metalúrgicos dos três turnos da fábrica e aconteceu na portaria 4 da empresa.

O sindicato e a empresa devem se reunir nesta segunda-feira para discutir como serão feitas as reintegrações.
 

Cancelamento das demissões

A General Motors (GM) cancelou as 1,2 mil demissões anunciadas em três fábricas do Brasil depois de uma determinação da Justiça do Trabalho.

O corte em massa nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes - todas no estado de São Paulo, havia sido anunciado no dia 21 de outubro e, desde então, a categoria está em greve nas três fábricas.

No sábado (4), a montadora entrou em contato com os sindicatos da categoria para comunicar que irá acatar as decisões da Justiça do Trabalho para reintegrar os demitidos.

Ao g1, a montadora emitiu uma nota em que afirma que os Tribunais Regionais do Trabalho decidiram pelas reintegrações dos empregados demitidos e que o "cumprimento vem sendo implementado pela empresa desde o recebimento das ordens judiciais".

A montadora comunicou ainda que busca um rápido acordo, "que seja justo e que nos permita seguir produzindo e investindo no país".

São José havia sido a unidade mais afetada, com 839 demissões. São Caetano teve 300 cortes, além de cerca de 100 em Mogi das Cruzes.
 

Decisões na Justiça do Trabalho

O cancelamento das demissões em massa acontece após a montadora sofrer derrotas na Justiça do Trabalho ao longo da semana.

Na sexta-feira, o Tribunal Superior do Trabalho negou pedido liminar da montadora e manteve uma decisão anterior que cancelava as 839 demissões em São José. A Justiça do Trabalho também havia determinado a reintegração de funcionários das outras duas unidades afetadas pelos cortes.

De acordo com o sindicato, uma reunião com a empresa está marcada para essa segunda-feira (6) para discutir os trâmites internos para o cancelamento das demissões.ee
 

Recurso negado pelo TST

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou na sexta-feira (3) um pedido liminar da General Motors e manteve a decisão que cancela todas as 839 demissões na montadora em São José dos Campos. Um outro recurso da empresa no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) também foi negado.

A decisão do TST é de Dora Maria da Costa, ministra Corregedora-Geral da Justiça do Trabalho. O recurso da montadora pedia a reforma da decisão do TRT, em Campinas, que determina que a GM reintegre os demitidos.

A magistrada Dora Maria da Costa entendeu que o meio usado pela GM para o pedido é cabível para corrigir erros quando não há mais recurso e outro meio processual ou ainda situação extrema, o que não é o caso.

Disse ainda que a decisão do TRT foi "proferida de forma fundamentada, com amparo nos elementos fáticos e probatórios constantes nos autos e nos dispositivos legais e jurisprudenciais". Ela ainda explica que a decisão do TRT foi amparada em dois fundamentos:

    Pelo fato das dispensas terem ocorrido na vigência do acordo coletivo de layoff (suspensão temporária dos contratos);
    e por não ter comunicado a entidade sindical antes de fazer a dispensa em massa.

 

Demissões

A General Motors (GM) anunciou no dia 21 de outubro as demissões de trabalhadores em três fábricas da montadora no Brasil: São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, todas elas em São Paulo.

Os funcionários desligados da empresa foram surpreendidos com a demissão via e-mail e telegrama. O número de trabalhadores afetados pela medida não havia informado pela montadora inicialmente, mas, no dia 30, a empresa comunicou o número de 839 funcionários desligados em massa em São José.

Na data dos cortes, a montadora afirmou que as demissões foram motivadas por "queda nas vendas e nas exportações". Disse ainda entender "o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas que a adequação é necessária."

A medida pegou trabalhadores e os sindicatos de surpresa. Segundo os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de São Caetano, não houve negociação sobre os cortes.

Em Mogi, a montadora chegou a oferecer um Plano de Demissão Voluntária há dois meses, mas a proposta não foi aprovada pela categoria.

Na data, o sindicato exigiu cancelamento das demissões e reintegração dos trabalhadores, e afirmou que tem acordo por estabilidade que foi "descumprido nessa ação arbitrária da empresa".

Em entrevista ao g1, trabalhadores que foram demitidos em São José dos Campos relataram o choque ao saber do desligamento por carta, disseram se sentirem humilhados e estarem sem chão.

Na época, procurada pela reportagem, a GM informou que as demissões são causadas pela queda nas vendas e nas exportações. Confira a nota da GM na íntegra:

"A queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário. Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro".

 

Greve e protestos

Funcionários de três fábricas da General Motors (GM) no Brasil entraram em greve no dia 23 de outubro, após as demissões anunciadas pela empresa.

O movimento dos trabalhadores de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes é contra as demissões anunciadas pela empresa.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a greve aconteceria por tempo indeterminado e a única condição para volta ao trabalho era o cancelamento de todas as demissões.

 

 

https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2023/11/06/trabalhadores-seguem-em-greve-e-esperam-gm-reintegrar-mais-de-830-demitidos-na-fabrica-de-sao-jose-dos-campos.ghtml

Veículo: Online -> Portal -> Portal G1

Seção: São Caetano