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Publicado em 24/01/2023 - 18:16 / Clipado em 24/01/2023 - 18:16

Aparelhos de ginástica e playgrounds acessíveis ainda são poucos no ABC


George Garcia

 

É pequeno o número de aparelhos de ginástica e brinquedos em praças públicas que são adaptados para quem tem mobilidade reduzida ou possui algum tipo de deficiência. Na segunda-feira (23/01) a prefeitura de São Bernardo inaugurou kits de aparelhos de academia e playground adaptados. São Caetano, Santo André e Diadema informaram que possuem aparelhos com esse tipo de acessibilidade, mas em geral, o número de equipamentos é bem pequeno se comparado com o número de aparelhos para o público que não tem limitações.

Para a especialista no assunto e professora de Educação Física da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Maria Cláudia Vanicola, o exercício regular possibilita uma melhor qualidade de vida, mas também faltam aos espaços públicos profissionais para orientação sobre essas atividades físicas. Para ela tanto os aparelhos de ginástica, como os playgrounds, há muito já deveriam oferecer a possibilidade de uso para portadores de deficiência. “Quando a gente debate o tema inclusão no currículo da universidade a gente volta atrás e se pergunta; porque é que esses instrumentos já não foram pensados para servir a todos? Existem equipamentos que são muito versáteis e podem ser usados tanto por um cadeirante e depois por uma pessoa sem deficiência. Tem equipamentos que têm até as instruções em Braille o que inclui também o deficiente visual”, analisa.

Para a professora o importante é que mais e mais pessoas se conscientizem de que o exercício é necessário e com ele se evitam doenças que são típicas de uma vida sedentária. “Está na agenda da OMS (Organização Mundial de Saúde) o combate a doenças crônicas. O que se precisa mais hoje é fazer com que a população sedentária se mexa mas aí vem o papel do profissional de educação física”, diz a Maria Cláudia. “Para aderir ao exercício a pessoa precisa conhecer os resultados e esse é o papel do profissional, o de mostrar onde a pessoa pode chegar e também orientar sobre como fazer corretamente o exercício e motivar”.

Segundo a docente da USCS, as pessoas que começam a fazer os exercícios por conta própria podem ter problemas pela falta de orientação. “Ela pode ter uma limitação articular e não sabe e ao fazer muitas séries do mesmo exercício poderia ter problemas. O profissional pode fazer um rodízio do grupo muscular, indicando uma sequência certa de aparelhos e a quantidade ideal de movimentos para cada pessoa”, diz a professora que completa dizendo que as universidades e prefeituras podem fazer parcerias para o aproveitamento dos estudantes no contato com a população. “Essa é uma ação importante já que a tendência é de cada vez mais as pessoas buscarem áreas ao ar livre para praticarem exercícios, então a parceria uniria o útil ao agradável e melhoraria a condição de saúde da população”, conclui.

Aparelhos

São Bernardo entregou na segunda-feira (23/01) quatro kits, sendo três de playgrounds adaptados e um de academia adaptada, por meio do Programa Cidades Acessíveis do Governo do Estado. O primeiro conta com balanços individuais simples e balanços vaivém para grupo de até quatro pessoas, além de carrosséis com quatro lugares. Já a academia adaptada é composta por máquinas de abdominal, de bíceps, de puxada alta, de supino, de tríceps e de twist. Os aparelhos de playground foram instalados nos parques Chácara Silvestre, no bairro Nova Petrópolis; Parque das Bicicletas, no Centro; e Parque Raphael Lazzuri, no bairro Anchieta. Esse último ainda foi contemplado com o kit de academia adaptada.

Em dezembro  a prefeitura de São Caetano entregou a academia adaptada e o playground acessível, no Espaço Verde Chico Mendes. Foram investidos cerca de R$ 100 mil, por meio do Programa Cidades Acessíveis, do Governo do Estado de São Paulo. Foram instalados máquina de abdominal, máquina de bíceps, máquina de puxada alta, máquina de supino, máquina de tríceps, máquina de twist, placa orientativa pcd (academia adaptada), balanço simples cadeirante, balanço vai-vem e carrossel gira-gira com quatro lugares.

A prefeitura de Santo André informou que tem ao todo 174 playgrounds em parques, praças, áreas verdes, Cesas (Centros Educacionais de Santo André) e Escolas Parques, que passam por manutenção preventiva duas vezes por ano e corretiva conforme necessário. A cidade tem também 82 academias ao ar-livre sendo que apenas seis são acessíveis e estão em parques municipais (Celso Daniel, Regional da Criança, Ipiranguinha, Guaraciaba, Pedroso e Chácara Pignatari. A prefeitura informou que não há previsão de vinda de recursos do Estado para ampliar a oferta de equipamentos com acessibilidade.

A prefeitura de Diadema disse que tem discutido com o governo do Estado os trâmites para recebimento de recursos para instalação dos equipamentos do programa. Atualmente, o município conta com 27 academias ao ar livre, duas delas, neste momento, estão recebendo aparelhos novos e que foram comprados com verbas do governo estadual. O paço diademense diz que tem a intenção de aumentar o número de aparelhos para PCDs. “Atualmente, a Academia ao Ar Livre do Jardim Portinari, que fica ao lado do Poliesportivo Rômulo Arantes e que foi implantada em 2021, está apta a receber pessoas com deficiência”, informou, em nota.

Mauá informa que tem 24 playgrounds em áreas públicas, sendo seis deles em espaços esportivos, e 13 academias ao ar livre. “No momento, o município não mantém convênio com o Estado para a introdução de equipamentos adaptados para deficientes ou quem tem mobilidade reduzida”, diz nota da prefeitura.

As prefeituras dos municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam sobre equipamentos de ginástica e playgrounds adaptados.

 

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Seção: Saúde