Publicado em 29/10/2025 - 09:38 / Clipado em 30/10/2025 - 09:38
Justiça condena médico influencer a remover conteúdo falso sobre câncer de mama
Decisão da Justiça Federal de Minas acolhe ação civil pública ajuizada pela Advocacia-Geral da União contra Lucas Ferreira Mattos - 1,5 milhão de seguidores -, que terá de remover ‘conteúdo desinformativo’ de suas contas do Instagram e YouTube; Estadão busca contato com a defesa
Por Redação
A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu a condenação de um médico influencer - com 1,5 milhão de seguidores - que associou o exame de mamografia a aumento de incidência de câncer de mama. Com a decisão da Justiça Federal de Minas Gerais, Lucas Ferreira Mattos terá que remover o ‘conteúdo desinformativo’ de suas contas do Instagram e YouTube, informou a AGU.
O Estadão busca contato com a defesa. O espaço está aberto.
Segundo a ação, no Instagram até hoje, a postagem no feed sobre os ‘riscos’ da mamografia acumula mais de 62 mil visualizações; na plataforma de vídeos YouTube, o shorts registra outras 12 mil. A AGU informou que Mattos terá 24 horas para efetivar as remoções.
Na decisão liminar, o juiz federal reforçou que a afirmação do médico ‘não encontra amparo na sedimentada e atual pesquisa sobre o assunto, podendo causar danos a mulheres que venham, inadvertidamente, seguir suas orientações, deixando de consultar seu médico particular e efetuando, se a isso indicada, o questionado exame de mamografia’.
“Mattos também está proibido de publicar novos conteúdos desinformativos sobre o tema, seja em suas redes sociais ou de terceiros”, destacou a AGU.
A ação civil pública para responsabilização do médico, ajuizada em março deste ano, é fruto de parceria da AGU com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. A Advocacia-Geral da União destacou que ‘o processo faz parte do projeto Saúde com Ciência, de promoção da integridade da informação em temas de saúde pública’.
A unidade da AGU que conduziu a ação foi a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), ligada à Procuradoria-Geral da União (PGU).
Para a procuradora-geral da União, Clarice Calixto, a sentença é ‘um marco na defesa da vida das mulheres’. Segundo ela, ‘a advocacia pública acredita que é seu dever proteger a saúde, enfrentando a desinformação sobre o câncer de mama’.
“Em pleno Outubro Rosa, diante dessa conquista da Procuradoria Nacional da Defesa da Democracia, destacamos que a informação correta pode fazer a diferença entre a vida ou a morte de uma mulher.”
Para advogada da União Janaína Maximiano a decisão judicial reconheceu a importância de se combater a desinformação na área da saúde, ‘em especial sobre um exame essencial para se detectar precocemente o câncer de mama’. Janaína Maximiano é uma das responsáveis pelo caso.
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