Publicado em 20/05/2022 - 08:12 / Clipado em 20/05/2022 - 08:12
Universidades em defesa da vida
Com este artigo, iniciamos uma série sobre a atuação das universidades públicas federais durante a pandemia de Covid-19, em um contexto em que o governo federal enfrentou evidências, produziu fake news, subfinanciou o SUS, agrediu estados e municípios, desacreditou profissionais de saúde que trabalhou na linha de frente em um cenário de guerra, negou a ciência e a vacina – até atrasando sua compra e aplicação? e foi insensível com a doença de milhões e a mort3* de centenas de milhares de brasileiros.
Apesar do contexto adverso, as universidades públicas, articuladas com o SUS, tornaram-se baluartes fundamentais na defesa da vida. Foram protagonistas na produção da ciência em tempo real, referências no cuidado e acolhimento, no apoio aos pacientes e seus familiares, principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade.
O Centro SoU_Ciência, em parceria com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino) realiza uma pesquisa sobre o tema e em junho publicará um Painel apresentando todas as frentes de atuação e iniciativas de nossas universidades federais, seus hospitais universitários, laboratórios de pesquisa e inovação tecnológica, ações sociais e de extensão, sistemas de monitoramento e orientação aos gestores. O resultado da mobilização das universidades, em seus diversos cursos, não só na área da saúde, tem sido uma impressionante força biopolítica, na garantia de direitos e na defesa da vida, diante da necropolítica que nos cerca? Não é à toa que as universidades públicas foram um dos principais alvos dos ataques do obscurantismo que preside o país.
Entre as reconfigurações, novos arranjos e inovações implementadas para atuar na pandemia. Entre muitas outras, destaca-se a ampliação das ações no campo da telessaúde, englobando um conjunto de iniciativas e modalidades de saúde digital.
A Covid-19 produziu um novo impulso global na telessaúde, diante da necessidade emergencial de realizar orientações e triagens para desafogar o sistema hospitalar? já superlotado e à beira do colapso. No Brasil, as universidades públicas, desde o primeiro mês da pandemia, têm sido fundamentais no avanço da telessaúde em diversas modalidades, bem como no desenvolvimento de aplicativos e sites, em colaboração com o SUS, e no atendimento à distância.
Milhares de estudantes e docentes das áreas de medicina, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, serviço social, nutrição e psicologia foram mobilizados. E, na outra ponta, estudantes de tecnologia da informação, ciência da computação, engenharia, design, comunicação e jornalismo, na produção de novos softwares e aplicativos, dashboards de monitoramento, visualização de dados, georreferenciamento e desenvolvimento de banco de dados em tempo real.
Na pesquisa realizada pela SoU_Ciência, 59% das universidades federais declararam ter atuado fortemente no avanço da telessaúde e estabeleceram novos centros e sistemas em parceria com laboratórios de tecnologia, prefeituras, governos estaduais e, claro, com o SUS . Os números apresentados no gráfico abaixo são dinâmicos e podem crescer com a mudança da conjuntura, com provável aumento da telerreabilitação por conta da longa Covid, ou mesmo com atualizações de dados no painel SoU_Ciência.
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