Publicado em 19/09/2021 - 09:27 / Clipado em 20/09/2021 - 09:27
SUS completa 31 anos de assistência e ganha maior relevância na pandemia
Após momento mais intenso da crise sanitária, o SUS se volta para o processo de imunização
Neste domingo (19), o Sistema Público de Saúde Brasileiro completa 31 anos e ganha mais reconhecimento e valorização da poulação, graças aos efeitos da pandemia. (Tatiana Fortes/ESP/CE).
A pandemia sobrecarregou o sistema de saúde seja no setor público ou privado, com leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) completamente ocupados. Apesar da pressão no cenário que surgiu, ficou evidente o importante papel das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), integrado pelo Ministério da Saúde, estados e municípios.
Após momento mais intenso de combate ao novo coronavírus, o SUS se volta agora para a continuidade do processo de imunização contra a Covid-19 que beneficia a população do Ceará. No ato da vacina, observa-se o apoio recebido seja com um “Viva o SUS” estampado em camisas, em hashtags nas redes sociais ou ainda nas rodas de conversa.
Neste domingo (19), o Sistema Público de Saúde Brasileiro completa 31 anos e ganha mais reconhecimento e valorização da poulação, graças aos efeitos da pandemia.
Pesquisa realizada pelo centro de estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou_Ciência), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra este momento de redescoberta do SUS no Brasil. Antes da pandemia, 40% dos brasileiros atribuíam importância altíssima ao SUS.
A partir da doença, o número chegou até 62%. Já o percentual dos que dão importância baixa ou baixíssima caiu de 14% para 9%. Um total de 1.268 pessoas foram ouvidas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de agosto deste ano em todas as regiões do País.
Gláucia Posso, consultora em Educação Permanente da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), avalia que, mesmo diante de desafios, o SUS é referência em saúde pública no mundo.
“A pandemia mostrou a força que o SUS tem. Isso ficou claro para a população como um todo que não acreditava no sistema. Se nós não tivéssemos essa potencialidade do SUS, a pandemia teria sido mais difícil de ser enfrentada”, destaca.
Para a especialista, além de a pandemia evidenciar a capacidade do Sistema Único de Saúde de lidar com o surgimento de novas doenças, a defesa pela manutenção de um sistema de saúde público e universal se fortaleceu, tornando um cenário mais favorável de luta e cobrança por melhorias junto aos governantes, embora o País enfrente adversidades e visões políticas polarizadas.
Surgimento do SUS
O Sistema foi surgiu a partir da Lei Orgânica de Saúde Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e atua desde o tratamento de diversas doenças e fornecimento de medicamentos da atenção primária a casos de alta complexidade. Além disso, o sistema público nacional é referência mundial pela atuação no enfrentamento de HIV/aids, tuberculose, hepatites e hanseníase. O Brasil ainda é destaque por ter o maior sistema público de transplantes de órgãos e tecidos.
Assistência que salva vidas
O ator Jeovane Fraga, 36, é natura de Baturité e vive em Nova York há dois anos e lembra do sentimento de gratidão que tem em relação ao SUS que salvou a saúde da mãe por duas ocasiões: primeiro de um câncer de mama e, depois, de uma cirurgia delicada no intestino.
A experiência pessoal com o sistema e a atuação também como profissional de saúde – fisioterapeuta, ele atuou por cinco anos na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde de Baturité, fez com que ele montasse o espetáculo ”A Usuária do SUS”, apresentado em vários municípios cearenses e num festival de teatro no Rio Grande do Sul.
“Na peça, a personagem dona Susete é uma defensora do SUS. Ela mostra os nossos direitos, mas principalmente os nossos deveres com esse sistema, que precisamos cuidar, zelar, fiscalizar. Ela também enfatiza que todos os brasileiros utilizam o SUS, diariamente, seja pelo controle da qualidade da água, serviços como o Samu 192 [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], campanhas de vacinação e tantos outros”, conta.
Com a personagem que criou, Jeovane mostrou que valorizar o SUS é um papel que todo brasileiro pode exercer.
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