Clipclap

Aguarde ...

 Site O Sul - Porto Alegre/RS

Publicado em 09/07/2021 - 08:26 / Clipado em 12/07/2021 - 08:26

Cientistas brasileiros criam centro de pesquisa para combater o negacionismo



Por Redação O Sul


Um grupo de cientistas deu início nesta semana aos trabalhos de um novo centro de pesquisa que tem a ambição de combater o negacionismo no País e ampliar o acesso do público aos bens e ao conhecimento gerado pela pesquisa brasileira.

Batizado Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SOU Ciência), o núcleo que envolve mais de 50 pesquisadores em diversas instituições de pesquisa do país terá como objetivo estudar a gestão, o financiamento e o acesso do público aos benefícios gerados pela ciência produzida no País.

A primeira coordenadora do grupo será Soraya Smaili, farmacóloga e reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O grupo integra diversos cientistas que tiveram papel influente na academia brasileira no passado, incluindo ex-reitores de outras universidades e cientistas que ganharam evidência durante a atual pandemia.

Um dos objetivos do novo centro de pesquisa será medir com mais detalhamento o retorno financeiro e sociocultural que o investimento em pesquisa traz hoje ao Brasil. Segundo Smaili, existe uma percepção equivocada em parte do público de que o as universidades não retornam à sociedade o que é investido nela.

“Um problema que temos é que existe pouca produção acadêmica gerando dados para a gente pensar a universidade e a educação superior no Brasil”, diz Smaili.

“Um dos pesquisadores que estão no centro conosco é o professor Nelson do Amaral, da Universidade Federal de Goiás. As pesquisas dele mostram que, em média, para cada R$ 1 investido em pesquisa no Brasil as universidades retornam R$ 4 à sociedade. Existem formas de medir isso, mas nós precisamos aprofundar esse tema”, diz a cientista.

Segundo Smaili, a situação de conflagração de cientistas brasileiros com grupo negacionistas que têm penetração no governo é aquilo que inspirou, em parte, a criação do novo centro. A cientista afirma que o clima de hostilidade que se criou contra pesquisadores brasileiros se deve em parte ao desconhecimento por parte do público sobre como se produz ciência.

“Nós vemos hoje no Brasil grupos que são antivacina e e anticiência, e eles são alimentados sobretudo por um governante que estimula esse tipo de atuação”, diz Soraya, que critica tentativas da Presidência da República de interferir na autonomia das universidades.

O SOU Ciência é composto de um corpo de 25 professores associados e, por enquanto, outros 27 cientistas. O grupo inclui docentes de 25 universidades diferentes, incluindo 18 federais, 3 estaduais, 3 particulares e duas estrangeiras.

Já estão abertos editais para bolsas de pesquisa no centro nos níveis de iniciação científica e pós-doutorado.


https://www.osul.com.br/cientistas-brasileiros-criam-centro-de-pesquisa-para-combater-o-negacionismo/

Veículo: Online -> Site -> Site O Sul - Porto Alegre/RS