Publicado em 28/06/2021 - 12:33 / Clipado em 28/06/2021 - 12:33
"A ciência é quem nos dará respostas para a construção do futuro pós-pandemia", destaca Soraya Smaili
Professora da Unifesp e Coordenadora do Centro de Estudos SOU_CIÊNCIA ressalta que esse futuro começa agora e deveria contar com maior investimento público
Como será o futuro pós-pandemia? Por quanto tempo as vacinas disponibilizadas no mundo no combate à Covid-19 garantem proteção? Essas são apenas duas das várias questões que passam na mente de grande parte das pessoas e que certamente terão suas respostas baseadas na ciência. São questões que revelam a necessidade da sequência de investimento no intenso trabalho de produção cientifica em todo o mundo, incluindo no Brasil onde, infelizmente, o movimento é contrário, com recursos cada vez mais reduzidos, trazendo impactos negativos para as pesquisas realizadas no país.
"Assim como no início da pandemia a ciência trouxe respostas e entendimentos para todos, incluindo o desenvolvimento de vacinas, onde o Brasil teve protagonismo na realização das pesquisas clínicas para aprovação de alguns dos imunizantes aplicados atualmente em diversos países, a mesma ciência é que nos trará entendimento acerca de como será o nosso futuro, que deve ser pensado e construído agora, o que requer maior empenho público no que diz respeito ao investimento na produção científica nacional", destaca Soraya Smaili, professora de farmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do SOU_CIÊNCIA, centro de estudos que está sendo lançado para fortalecer o desenvolvimento e a conexão entre universidade, ciência, sociedade e Estado.
Durante sua apresentação na palestra "Em defesa da ciência, das vacinas e da vida", dentro do Congresso Acadêmico da Unifesp, Soraya lembrou e alertou sobre o elevado custo social provocado por doenças infecciosas e emergentes anteriores à Covid-19 e a lição aprendida pelos países mais desenvolvidos no que diz respeito à ampliação de investimento em pesquisa e na ciência. "Aqui no Brasil, o caminho escolhido tem sido oposto, com queda nos investimentos em bolsas de pesquisas e em outros recursos, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que além do corte tem sido contingenciado".
Para a professora da Unifesp e coordenadora do SOU_CIÊNCIA, "apesar do cansaço, não podemos e não iremos parar. A ciência pode responder o que é possível ser feito para alcançarmos a saída dessa crise. O caminho passa pelas vacinas, incluindo o incentivo às pesquisas e produção nacional de imunizantes, bem como pelo investimento em infraestrutura de pesquisa, além de apoio e retenção de nossos pesquisadores. Temos muitos talentos que estão deixando o país para seguir suas pesquisas em locais que lhes garantam melhores condições de estudo, o que representa uma perda valiosa para o Brasil".
Veículo: Online -> Portal -> Portal Saúde Bussiness