Publicado em 15/03/2022 - 15:18 / Clipado em 15/03/2022 - 15:18
Confiança de brasileiros em cientistas cresceu na pandemia, indica estudo
Com informações da Folha de S.Paulo
SÃO PAULO — Durante a pandemia de Covid, a confiança dos brasileiros em cientistas cresceu. É o que apontam resultados de uma pesquisa de opinião feita pelo Centro de Estudos SoU_Ciência em parceria com o Instituto Ideia Big Data.
Entre as 1.252 pessoas entrevistadas, 28,3% afirmam que, para assuntos importantes, a fonte de informação em que mais confiam são cientistas de universidades ou institutos públicos de pesquisa. Esses profissionais lideram a pesquisa nesse quesito. Em segundo lugar, aparecem os médicos, com 13,9% das respostas.
Em 2019, para a mesma pergunta, 11,8% tinham cientistas como primeira opção. Em 2015, pior ano da série para os pesquisadores, somente 7,8% citavam pessoas da ciência como fontes de informação mais confiáveis.
Em anos anteriores, religiosos, médicos e jornalistas estavam à frente dos cientistas como fontes de informação mais confiáveis.
A margem de erro da pesquisa é de 2,85 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram realizadas entrevistas telefônicas de 25 a 27 de janeiro deste ano com 1.500 pessoas com 16 anos ou mais de todo o país.
“Para te dizer a verdade, o resultado para nós foi surpreendente”, afirma Soraya Soubhi Smaili, pesquisadora da escola paulista de medicina da Unifesp e coordenadora do SoU_Ciência. “Valorizou muito a profissão do cientista.
O estudo atual usou uma fração das dezenas de perguntas de uma outra pesquisa de opinião, feita desde 2006 pelo CGEE (Centro de Gestão de Estudos Estratégicos), organização supervisionada pelo MCTI (Ministério da Ciência e Tecnologia), com colaboração da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e do INCT-CPCT (Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia).
Os pesquisadores do SoU_Ciência, que têm um blog na Folha, aproveitaram essas questões para dar continuidade à série histórica da pesquisa do CGEE, que não é feita desde 2019 (além da edição de 2019, houve outras três, em 2006, 2010 e 2015).
A importância de fazer a pesquisa neste momento, diz Pedro Arantes, professor da Unifesp e um dos coordenadores do SoU_Ciência, é captar o impacto que a pandemia teve na percepção da ciência e tecnologia no Brasil.
“A ciência se tornou sujeito político no Brasil. Isso em contraponto a um governo negacionista. A sociedade brasileira está percebendo a ciência, não apenas pela ciência, mas em uma dimensão pública e política —não partidária”, afirma Arantes. “A ciência ocupou um espaço público importante, ajudou a organizar o debate no Brasil, a reagir à desinformação, às tentativas de limitar e postergar a vacinação”, avalia Arantes.
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