Publicado em 26/11/2023 - 08:34 / Clipado em 27/11/2023 - 08:34
Projetos científicos impactam a sociedade
Em novembro, quando a ciência é duplamente celebrada no mundo, variadas iniciativas de escolas, institutos e universidades atuam para o desenvolvimento, a disseminação e democratização do conhecimento científico
Por Maria José Vasconcelos e Ana Julia Zanotto
Novembro é mês de celebrar a Ciência. O Dia Mundial é assinalado em 24/11. E o 10/11 marca o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, promovido, desde 2001, pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Ambos visam destacar a importância da ciência no mundo, realçar o papel e grandes nomes para o desenvolvimento humano, colocar desafios para o futuro e instigar o gosto científico nas gerações mais novas. Especialmente neste mês, várias atividades escolares e acadêmicas são difundidas e oportunizadas pelo mundo, como realização de experiências, exibição de filmes, projetos em grupo e mostras de trabalhos e pesquisas.
Este ano, o Dia Mundial da Ciência tem como tema “Gerar confiança na ciência”, num enfoque de que é essa confiança na produção científica que impulsiona o desenvolvimento e a aplicação de soluções baseadas em evidências, para resolver os múltiplos desafios do mundo, fortalecer decisões políticas e dar apoio social para sua implementação. Em 2022, a ênfase foi na importância das ciências básicas para o desenvolvimento sustentável; e em 2021, ressaltou a necessidade de se “construir comunidades preparadas para o clima”. Detalhes: tinyurl.com/2hh9dx92 ou tinyurl.com/5ds8r6kx.
Estudo divulgado neste mês (em 22/11), elaborado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revela que os investimentos nas universidades federais brasileiras em 2022 e 2021 foram os menores dos últimos 22 anos. Os dados consideram o período entre 2000 e 2022. Esses recursos foram aplicados para obras e melhoramentos de infraestrutura, além de utilizados na compra de equipamentos para pesquisa e aulas.
Soraya Smaili, ex-reitora e coordenadora do Sou Ciência, da Unifesp, aponta que, de 2013 a 2021, o recuo dos investimentos nos últimos anos prejudicou a área de pesquisa das universidades e parte da sociedade que se beneficia das instituições. “Certamente deixamos de fazer muitas pesquisas, deixamos de fazer muito ensino, de atender mais nos nossos hospitais, de atender mais nos nossos projetos sociais, nos projetos de extensão. Toda a capacidade instalada que as universidades possuem, de atender, tanto no ensino, na formação de pessoas e de produzir pesquisa, como na produção de conhecimento, nós certamente perdemos muito”, considera. E a professora acrescenta que há importante trabalho pela frente para recuperar essas perdas.
A ciência, no entanto, não é privilégio da academia. Estudos e projetos escolares, desde muito cedo, já têm se apropriado do método científico, basicamente desenvolvido em etapas de: observação, questionamento, formulação de hipótese, realização de experimentos, aceitação/rejeição das hipóteses e conclusão. E, no ensino, redes pública e privada, ensinos Infantil, Fundamental, Médio e Superior se apropriam, se encantam e avançam na ciência.
Pesquisa Acadêmica
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi recentemente premiada, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por pesquisas relacionadas à Erradicação da Pobreza. O Prêmio Capes Elsevier 2023 tem o objetivo de enaltecer a produção científica nacional que contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em junho/2023, a UFSM já havia sido destaque na revista britânica Times Higher Education (THE). De acordo com o ranking, a universidade ocupa o 1° lugar no país no ODS 1 – Erradicação da Pobreza. Para a avaliação, foi considerada a pesquisa realizada sobre pobreza, suas atuações e o suporte para estudantes e moradores vulneráveis das comunidades locais.
Para a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM, Cristina Nogueira, receber o reconhecimento pela produção científica aponta o alto padrão dos programas de pós-graduação da UFSM. E, para o futuro, ela enxerga a possibilidade da universidade obter ainda mais destaque em outros ODS, como o 2, que aborda Fome Zero e Agricultura Sustentável (UFSM ocupa 5º colocação no país); e o 17, de Parcerias para o Desenvolvimento (11º posição).
A pesquisa envolveu conhecimentos de diversas áreas, como Ciências Ambientais, Medicina, Agricultura, Negócios, entre outras, valorizando a interdisciplinaridade. A premiação será no dia 5/12, reconhecendo ações de diversos pesquisadores brasileiros. Dados: tinyurl.com/yasyz5e6.
Mostra Estadual
Na rede pública estadual, a ciência também foi destaque na Mostra Científica 2023, promovida neste mês pela Secretaria da Educação do RS. Com a temática “Sustentabilidade e Tecnologia para Transformar”, o objetivo foi incentivar o protagonismo dos estudantes por meio da criatividade e do empreendedorismo. Foram mobilizadas 90 equipes de alunos e professoras de diversas escolas estaduais do RS. E a Mostra foi dividida em três categorias: Ensino Fundamental 1 (anos iniciais), Ensino Fundamental 2 (regular, integral e Educação de Jovens e Adultos) e Ensino Médio (regular, integral e de Jovens e Adultos). Cada equipe foi incentivada a desenvolver projetos de resolução de problemas reais das escolas e da sociedade, em propostas multidisciplinares. E integraram ações em Linguagem e suas tecnologias, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais aplicadas.
Robótica
Em Morro Reuter, a robótica é um dos investimentos da Secretaria de Educação da cidade, que oferece aulas gratuitas nas escolas municipais. A equipe Francisco W. Robot, da Escola Municipal Professor Francisco Weiler, venceu o Campeonato Internacional de Robótica a Distância (CIRDI). A final da competição aconteceu terça-feira (21/11). E, no pódio, ocupando a 2º colocação, foi classificada a Escola Municipal Tiradentes, com a equipe Cenoura Team, também local.
Além de desenvolver as habilidades científicas e tecnológicas dos estudantes, a robótica incentiva o trabalho em equipe e a interação com pessoas de diversos lugares. E também permite o aperfeiçoamento de conceitos de lógica de programação como ferramenta educacional. Além disso, competições de robótica a distância facilitam a participação de estudantes de diversos países nas competições em arenas da América do Sul, com robôs conectados à Internet.
https://www.correiodopovo.com.br/especial/projetos-cient%C3%ADficos-impactam-a-sociedade-1.1424275
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