Publicado em 08/09/2023 - 15:03 / Clipado em 14/09/2023 - 15:03
Pesquisa diz que 51% dos brasileiros desejam penalização por mortes na pandemia
O levantamento também questionou a adesão às vacinas de acordo com o grupo político dos entrevistados
Um estudo conduzido pelo Centro de Estudos SoU Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chegou a conclusão que 51,5% da população brasileira deseja que os crimes relacionados às mais de 700 mil mortes causadas pelo novo coronavírus no país sejam julgados e que os responsáveis sejam condenados.
De acordo com a pesquisa, 62,1% dos entrevistados atribuem a principal responsabilidade pelas mortes ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e ao Ministério da Saúde. Os pesquisadores sugerem que, se as ações tivessem sido diferentes, o número de óbitos teria sido menor.
O levantamento constatou que 76,5% dos entrevistados acompanharam a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, realizada pelo Senado Federal em 2021, e que esse acompanhamento foi fundamental para embasar suas opiniões.
No que diz respeito à reparação dos crimes, o estudo apresentou três medidas com maior adesão:
1. Criar uma Comissão da Verdade para investigar os crimes (44,7%);
2. Indenizar as vítimas, especialmente crianças que perderam pais ou mães (39%);
3. Estabelecer um Tribunal Especial para acelerar os julgamentos (38,3%).
A pesquisa revelou também que 52,4% dos entrevistados acreditam que a melhor maneira de prevenir ou reduzir a mortalidade em futuras epidemias ou pandemias é aumentar os investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Para 46,5%, ampliar o investimento em ciência e pesquisa é a abordagem mais eficaz, e 38,7% acreditam que aumentar a produção de vacinas com tecnologia nacional é fundamental.
O estudo destacou diferenças na adesão à vacinação contra a Covid-19 com base na preferência eleitoral. Os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro receberam 58 milhões de doses a menos do que os eleitores do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, a confiança nas vacinas variou consideravelmente entre esses grupos, com 38,4% dos eleitores de Bolsonaro acreditando que as vacinas são amplamente testadas e eficazes, em comparação com 75% dos eleitores de Lula.
Renda, escolaridade e religião também influenciaram as atitudes em relação à vacinação e ao tratamento dos pacientes infectados. A pesquisa ouviu 1.295 entrevistados em todo o país e foi realizada em parceria com o Instituto Ideia, com uma margem de erro de 3%.
Fonte: Agência Brasil
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