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Publicado em 07/09/2023 - 09:11 / Clipado em 11/09/2023 - 09:11

Rejeição à vacinar crianças contra Covid é maior entre bolsonaristas


Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) discordam mais da vacinação das crianças contra Covid e também apresentam menor adesão aos programas de imunização em comparação aos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O quadro consta de pesquisa desenvolvida pelo SoU_Ciência (Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência), da Unifesp (Universidade de Federal de São Paulo), junto com o Instituto Ideia (antigo Ideia Big Data).

Foram entrevistadas, via telefone celular, 1.295 pessoas com 18 anos ou mais, de todas as regiões do país, entre os dias 5 e 10 de julho deste ano. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Entre os entrevistados, 38,6% disseram ter votado em Lula (PT) e 36,7%, em Bolsonaro (PL) no segundo turno da última eleição. Outros 15,8% declararam voto nulo ou branco e 9% disseram não saber ou não quiseram responder.

A rejeição à vacinação infantil contra Covid chega a 27,2% entre os que declararam voto em Bolsonaro, contra 2,2% dos petistas. Estão somadas a parcela dos entrevistados dos que dizem discordar da vacinação e não vacinaram seus filhos e a dos que apenas afirmaram discordar da vacinação em crianças.

Os apoiadores do atual presidente se mostram mais favoráveis à campanha de vacinação infantil da Covid (89,6% contra 49,1% dos bolsonaristas) e à vacinação de crianças contra poliomielite e sarampo (92,1% contra 83,6% dos bolsonaristas).

"Esses dados demonstram como Bolsonaro usou a pandemia para a polarização política que lhe interessava e foi acompanhado por seus seguidores", afirma Pedro Arantes, professor da Unifesp e coordenador da pesquisa.

"A adesão aos programas de vacinação contra poliomielite e sarampo sempre foi alta e referências mundiais de sucesso. Mesmo assim, sofreu uma queda nos últimos anos dada a campanha antivacina Covid puxada pelo presidente e apoiadores. Assim, mesmo vacinas conhecidas e tidas como confiáveis sofreram perda de adesão por um efeito rebote da polarização negacionista que vivemos."

Outro dado observado na pesquisa foi a influência de Bolsonaro, especialmente na comunidade evangélica.

No levantamento, a religião católica era seguida por 39,1% dos participantes, enquanto os evangélicos correspondiam a 29%. Outras religiões ou nenhuma religião representavam 32% dos participantes.

Enquanto 81,1% dos evangélicos dizem ser a favor da vacinação de crianças contra poliomielite e sarampo, esse índice cai para 55,2% no apoio à vacinação infantil contra Covid. Entre os católicos, o apoio é de 87,5% e 74,8% respectivamente.

 

Fonte: Folhapress

 

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