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Publicado em 01/02/2022 - 08:21 / Clipado em 02/02/2022 - 08:21

Sinal de alerta: Itabira registra o 373º óbito por Covid-19 e os hospitais só não entram em colapso com abertura de novos leitos


Itabira registrou o 373º óbito pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no sábado (31), um homem de 42 anos, com comorbidades, internado no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) desde 26 de janeiro.

Um dia antes, um homem de 59 anos faleceu vitimado pelo mesmo vírus. Ele também tinha comorbidades e foi  internado no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) no dia 22 de janeiro.

No domingo (30), o município registrou 100% de ocupação de leitos de UTIs nos dois hospitais, com dez pacientes em tratamento intensivo contra esse vírus mutante que continua assustando o mundo e dificultando o controle da pandemia.

Entretanto, essa situação poderia ser pior, não fosse a vacinação em massa, o que com certeza levaria ao colapso, mais uma vez, o sistema hospitalar no município, que faz atendimento regional.

No mesmo domingo, 1.235 pessoas estavam infectadas pelo vírus, a maioria com sintomas leves, em tratamento e em isolamento domiciliar. Isso fora os assintomáticos e as subnotificações.


Novos leitos

Já na segunda-feira, a taxa de ocupação de leitos de UTIs no município caiu para 71%, mesmo mantendo dez pacientes internados.

A queda da taxa de ocupação se deu com a abertura de quatro novos leitos.

Nas enfermarias foram também abertos novos leitos – saltou de dez para 25, o que alivia a pressão nos hospitais, mas mantem aceso o sinal de alerta.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, não há pacientes em fila de espera para internação tanto nas UTIs como também nas enfermarias.


Ômicron

A Secretaria Municipal de Saúde ainda não dispõe de dados completos sobre o perfil dos pacientes internados.

Mas sabe-se, oficiosamente que, embora não seja maioria, entre os pacientes em tratamento nas UTIs e nas enfermarias – e até mesmo entre os mortos – alguns estavam com o esquema vacinal completo, inclusive com dose de reforço.

Mas sem as vacinas, que não asseguram proteção de 100%, com certeza o número de óbitos e de internações seriam maiores, principalmente depois do advento da variante ômicron, mais infectante e que só não tem sido mais mortal graças aos imunizantes.

Para se ter ideia dessa maior capacidade de infectar as pessoas, em Itabira estão em isolamento domiciliar 1.330 pessoas acometidos pela doença, a grande maioria com sintomas leves.

Com certeza, sem as vacinas o número de óbitos em Itabira, no estado, no país e no mundo estaria próximo do que se viu com o advento de outras variantes mais letais.

Segundo os cientistas, a ômicron tem-se revelado entre 3 a 4 vezes mais contagiosa que as variantes anteriores.

“A ômicron parece causar uma doença aparentemente mais leve, o que fez com que alguns mais entusiasmados declarassem que estaríamos próximos do fim da pandemia, que o vírus estaria sendo atenuado pelas mutações e que em breve a pandemia seria endemia. Mas ainda estamos longe disso acontecer”, alerta a farmacologista da Escola Paulista de Medicina, Soraya Smaili, coordenadora no Centro de Saúde Global (CSG) da universidade e do Centro SOU Ciência, lançado em julho de 2021.

O pediatra e infectologista Filipe Da Veiga, com base em dados por ele compilados, diz que 90% das pessoas que tomaram vacina de reforço possuem proteção contra as hospitalizações. Já entre os adultos não vacinados, o risco de internação é 13 vezes maior.

“Temos ainda cerca de 30% da população brasileira que ainda não está completamente vacinada. Conforme mostrou levantamento do SoU Ciência, somente 5,5% da população declarou que não pretende se vacinar em hipótese alguma. E somente 9% da população confia nas fakes news antivacinas”, aponta a farmacologista.


Negacionistas

Mas mesmo assim, com todas as evidências de que as vacinas impedem o contágio na maioria dos casos e o agravo da doença, o fato de pessoas vacinadas irem a óbito tem levado, criminosamente, o movimento antivacina atacar a ciência e o esforço de vacinação da população.

E o pior, tem dado ênfase no combate à imunização de crianças com idade entre 5 e 11 anos

Esses grupos disseminadores de fake news escondem, propositalmente, os levantamentos realizados em todo o mundo que demonstram que entre 80% a 90% das hospitalizações são de pessoas não-vacinadas ou que não tiveram o esquema vacinal completo.

Daí que é preciso seguir a ciência e combater com veemência os propagadores de fake-news. Só com a vacinação em massa, atingindo a grande maioria da população, é que a pandemia poderá ser enfim controlada.

“Como se não bastasse, temos também que investigar e combater a contrainformação que vem de todos os lados, inclusive com ameaças aos cientistas e médicos, por meio de mídias sociais e outros mecanismos pouco transparentes. Tudo isso atrasa a vacinação, a exemplo do que tem ocorrido com a vacinação infantil”, lamenta Soraya Samaili.


Cuidados protetivos

Para não contrair o vírus e não ter agravos, além de completar o esquema vacinal, é preciso também que a população mantenha os cuidados preventivos e protetivos, individuais e coletivos, com uso de máscara em locais públicos, mesmo em áreas abertas, a higienização frequente das mãos, mantendo-se também, sempre que possível, o distanciamento social e o isolamento domiciliar de pessoas infectadas, ainda que assintomáticas.

Sem isso, novas variantes irão surgir e a pandemia, que todos esperam que seja enfim controlada, vai recrudescer e fazer mais vítimas fatais, deixando sequelas entre os sobreviventes ainda não inteiramente conhecidas pela ciência.


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