Clipclap

Aguarde ...

Site Aracaju Agora Notícias

Publicado em 03/03/2023 - 08:10 / Clipado em 03/03/2023 - 08:10

Opinião – Sou Ciência: Vacina bivalente: por que tomar?


As evidências científicas que temos desde o início da vacinação contra a Covid-19 em 2021 mostram claramente que as vacinas salvaram e continuam salvando vidas. E se tivessem sido aplicadas no Brasil antes e em maior quantidade, teriam evitado milhares de mortes entre abril e setembro de 2021. Esse foi o período em que o Brasil ainda não dispunha de quantidade suficiente de vacinas, por falta de mobilização por parte Governo Federal, a transmissão da variante gama do coronavírus foi propagada por meses. Aquele ano, 94,5% da população brasileira queria tomar a vacina, demonstrando ampla adesão da população e crença na ciência. A partir do momento em que o Brasil atingiu mais de 70% dos vacinados com duas doses (esquema vacinal inicial completo), observamos uma queda nos casos graves e nos óbitos.

Infelizmente, no ano passado, o cenário de adesão à vacinação não era mais favorável e o movimento anti-vacinação ganhou força, impulsionado pelo período eleitoral. Depois de perder a batalha da vacina em 2021, os negacionistas realizaram uma ofensiva no início de 2022, combate à vacinação infantil contra a Covid-19 e outras vacinas. Em Pesquisa SoU_Ciência de novembro de 2022 com 1.200 entrevistados em todo o país, verificamos que mais de 30,4% da população passou a acreditar que a vacina contra a Covid-19 não tem comprovação científica e 46,8% dos entrevistados consideram a vacinação uma livre escolha individual.

Chegamos ao final de 2022 com um cenário de hesitação e recusa vacinal no Brasil em níveis nunca antes vistos. Fruto não apenas de movimentos sociais negacionistas, mas que tiveram, principalmente, como voz de comando e vanguarda do obscurantismo o Ministério da Saúde e o próprio Bolsonaro. Além disso, temos visto “campanhas” e manifestos abertos contra a vacinação, em particular contra vacinação infantila promoção de informações falsas sobre efeitos adversos, inclusive por médicos negacionistas ou pseudocientistas que minimizaram a transmissão por Omicron e suas subvariantes.

Portanto, ainda temos que trabalhar muito para desfazer o enorme estrago feito pelo Governo negacionista de Bolsonaro, auxiliado por seus médicos ideológicos e pseudocientistas que pregam antivacinação, anticiência e esquema de tratamento precoce. Todos nós cientistas, pesquisadores, universidades, institutos e instituições da sociedade civil devemos estar fortemente engajados para retomar a bem-sucedida história da vacinação no Brasil antes da pandemia, exemplo de sucesso e admiração mundial, por suas campanhas para o Programa Nacional de Imunização.

Assim, a nova e importante campanha de vacinação promovida pelo atual Governo com a participação direta do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, da Ministra Nísia Trindade, do Secretário de Vigilância Sanitária, Prof. Ethel Maciel e toda equipe do Ministério da Saúde, lançado agora no dia 27 de fevereiro e com a presença de lideranças, cientistas e população.

Aqui estão algumas informações importantes que devem ser retomadas e reforçadas:

1. As vacinas contra a Covid-19 não são experimentais, passaram por testes pré-clínicos e clínicos antes de serem aprovadas. Depois disso, a partir de 2021, eles foram aplicados com muito sucesso em milhões e milhões de pessoas em todo o mundo;

2. A atual campanha traz a vacina bivalente, que não é novidade. É uma vacina adaptada, já conhecida e estudada e veio para combater o vírus original e também o vírus mutante (variante Omicron e subvariantes BA4/5);

3. Ainda temos casos graves da doença e não podemos subestimar o vírus. A vacinação é a forma mais importante de proteção contra doenças e em defesa da vida;

4. No pós-carnaval houve aumento de casos em todo o Brasil.

Muitas perguntas são feitas sobre a campanha atual e sobre a vacina bivalente. Com base nas evidências científicas e nas possibilidades de vacinação, algumas orientações devem ser reforçadas, como:

1. Na primeira etapa, devem ser vacinadas as pessoas com 70 anos ou mais; os a partir de 12 anos que apresentam imunodeficiência; os que vivem em instituições de longa permanência e em comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas;

2. Preste atenção, pois o calendário muda de semana para semana.

3. Para fazer o reforço com a vacina bivalente, é preciso ter tomado pelo menos duas doses da vacina contra a Covid-19.

4. Pessoas que já tomaram três ou quatro doses podem e devem tomar o bivalente;

5. Os efeitos adversos são semelhantes aos que vimos com as doses anteriores, mas duram algumas horas e são normais. Muitas pessoas não sentem nada.

Ar puro, tempos de reconstrução e um passo fundamental para a jornada pró-vacina, pró-ciência e pró-vida que temos pela frente.

Precisamos acabar com as notícias falsas. A batalha contra o negacionismo continua e vários vírus, além do Covid-19, esperam que nossa imunização coletiva caia. Só a confiança e o uso massivo da vacina poderão dar a proteção necessária e ajudar a diminuir a circulação de diversos vírus no Brasil e no mundo. Voltaremos a nos submeter ao regime de peste dos obscurantistas?

 

https://aracajuagoranoticias.com.br/vacina-bivalente-por-que-tomar-shtml/

Veículo: Online -> Site -> Site Aracaju Agora Notícias