Publicado em 03/01/2023 - 15:05 / Clipado em 03/01/2023 - 15:05

Cientistas apoiam Soraya Smaili no CNPq do Governo Lula

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Nome da farmacologista e ex-reitora da Unifesp é apoiado por grupo de cientistas e pesquisadores. Soraya Smaili coordena SOU_Ciência

Rosayne Macedo

Uma das maiores referências no combate ao negacionismo durante a pandemia de Covid-19 no Brasil é o principal nome cotado para assumir a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Governo Lula. A farmacologista e ex-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Soraya Smaili pode se tornar a primeira mulher a chefiar a instituição responsável pelo fomento da produção científica no país, com financiamento a projetos e a pesquisadores.

Cientistas, ex-reitores, conselheiros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), profissionais da saúde e coletivos da Universidade de São Paulo (USP) e da Unifesp apoiam a nomeação, que pode ser anunciada nos próximos dias, conforme divulgado nesta terça-feira (3/1), pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.

“No momento trata-se de uma indicação de membros da comunidade científica e sociedades, da qual me sinto muito honrada. Estão chegando muitos apoios, mas, no momento não posso me pronunciar”, declarou Dra Soraya ao Portal ViDA & Ação. Em julho de 2021, Soraya foi nossa entrevistada na série #PapodePandemia, quando falou dos desafios para vencer o negacionismo e recuperar os investimentos na Ciência brasileira.

Soraya coordena o SOU_CIÊNCIA – Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência da Unifesp, lançado em 8 de julho de 2021, Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, para fortalecer a conexão entre universidade, ciência, sociedade e Estado. Caso seja escolhida, terá um enorme desafio pela frente.

Levantamento divulgado em julho deste ano pelo SoU_Ciência e o Instituto Serrapilheira aponta que o CNPq teve uma queda no orçamento de 64,92% entre os anos de 2013 e 2021. Um reflexo do corte brutal nos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que foi de 42,19% somente entre 2018 e 2021.

SBMT apoia indicação à presidência do CNPq

Em nota, a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) reconhece a participação das pesquisas realizadas por Soraya sobre a Covid-19 durante a pandemia. “A escolha da Dra. Soraya Smaili será sem dúvida, a coroação da ciência em detrimento do negacionismo, marca do governo anterior e que levou diversas pessoas a morte prematura durante a pandemia da Covid-19”, destaca.

Ainda no texto, a entidade “ressalta o louvável trabalho desenvolvido pela pesquisadora na área de políticas públicas para a Educação e Ciência”. E  acrescenta: “Se escolhida será a primeira mulher no comando da Instituição, o que será outro marco para a ciência no Brasil, categoria composta majoritariamente por mulheres”.

Confira, na íntegra, o manifesto da SBMT:

O nome da Dra. Soraya Smaili é pleiteado por um grupo de cientistas, ex-reitores, conselheiros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), profissionais da saúde e coletivos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para assumir a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), instituição responsável pelo fomento da produção científica no Brasil, com financiamento a projetos e a pesquisadores.

A Dra. Smaili é professora titular do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e ocupa a Cadeira 36 da Academia Nacional de Farmácia (ANF). Em 2012 foi eleita para o primeiro mandado como Reitora da Unifesp, gestão 2013-2017 e reeleita em 2016 para o mandato 2017-2021. Atualmente é coordenadora adjunta do Centro de Saúde Global da Unifesp, coordenadora do projeto Ciência na Saúde do Grupo Mulheres do Brasil e coordenadora do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciencia (SOU_CIENCIA) da Unifesp.

A pesquisadora coordenou o Programa de Pós-graduação em Farmacologia da Unifesp. Foi Secretária Regional da SBPC, membro do Diretório Nacional da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); da Iniciativa da Ciência e Tecnologia no Parlamento; do Conselho do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB); do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) da Presidência da República; do Conselho da Associação de Universidades do Grupo Montevidéo (AUGM).

Foi Presidente da Comissão de CT da Andifes; Presidente do Conselho Curador da Fundação de Apoio da Unifesp (FapUnifesp). Atualmente, integra o Comitê Diretor (Board of Directors) da Sociedade Internacional de Morte Celular (International Cell Death Society, ICDS), e é membro do Conselho da Aliança Francesa, Conselho Consultivo da Rede Nossa São Paulo, Conselho Administrativo Superior da Câmara do Comércio Árabe Brasileira.

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) ressalta o louvável trabalho desenvolvido pela pesquisadora na área de políticas públicas para a Educação e Ciência. Se escolhida será a primeira mulher no comando da Instituição, o que será outro marco para a ciência no Brasil, categoria composta majoritariamente por mulheres.

Por fim, a SBMT reconhece a participação de suas pesquisas sobre a Covid-19 durante a pandemia. A escolha da Dra. Soraya Smaili será sem dúvida, a coroação da ciência em detrimento do negacionismo, marca do governo anterior e que levou diversas pessoas a morte prematura durante a pandemia da Covid-19.

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