Publicado em 04/07/2022 - 08:13 / Clipado em 05/07/2022 - 08:13
“Corte no orçamento levou universidades federais a uma crise severa”, alertam reitores
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Marcus David, alertou para a situação crítica das universidades federais após os cortes do governo, que já chegam a R$ 621 milhões.
De acordo com David, também reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), as instituições podem entrar em colapso até outubro, sendo obrigadas a suspenderem suas atividades acadêmicas, ainda que prevaleça “a disposição de não fechar nenhuma unidade, de evitar a vitória dos que desejam que isso aconteça”.
“A situação das universidades é muito dolorosa. A crise é severa. Quase a totalidade das instituições projetam déficit histórico para este ano”, afirmou David, durante lançamento do painel Atuação das Universidades Públicas e da Ciência na Defesa da Vida Durante a Pandemia da Covid-19, na última terça-feira (29).
Entre as instituições que alertam para a escassez de recursos está a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que, na última semana, sofreu um novo corte de 2,3 milhões feito pelo Ministério da Educação. Com o arrocho, o orçamento anual da instituição chega a R$ 36 milhões, comprometendo o funcionamento dos 4 campi a partir de outubro.
Conforme a reitora Ana Beatriz de Oliveira, a situação é crítica. “Falta um mês e meio de recurso para que a gente consiga fechar o ano. Nós não queremos falar em fechamento da universidade”.
Em nota, a instituição afirma que “a redução de um orçamento que já era significativamente deficitário causa impactos diretos, invariavelmente, no funcionamento diário da Universidade. Não há mais onde reduzir custo sem comprometer as atividades fim da UFSCar”.
UNIVERSIDADE E CIÊNCIA
O painel foi lançado através de um esforço conjunto da Andifes e do Grupo de Pesquisa Sou Ciência que reúne pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e outras instituições. De acordo com o presidente da Andifes, as pesquisas realizadas pelo centro de estudos têm sido fundamentais para mostrar à sociedade o trabalho ativo das universidades públicas, mesmo com tantos cortes de verbas nos últimos anos. “Só tenho a agradecer à equipe do centro Sou Ciência por buscar dar visibilidade ao trabalho das nossas universidades que, muitas vezes, só é conhecido internamente”, comentou.
A coordenadora do Sou Ciência, Soraya Smaili, professora da Escola Paulista de Medicina, destacou quer o objetivo dos pesquisadores é demonstrar a importância das universidades para o conjunto da sociedade. “É importante que todos conheçam nossas pesquisas, nosso trabalho, mas a sociedade também precisa saber como utilizamos os recursos destinados às universidades e a importância do que estamos fazendo para o presente e o futuro deste país”, disse.
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