
Publicado em 25/10/2022 - 17:24 / Clipado em 25/10/2022 - 17:24
Longas filas afastam pacientes do atendimento odontológico no ABC
Giulia Frazão
Nesta terça-feira (25) é comemorado o Dia do Dentista. E, apesar da data acender alerta sobre a importância do cuidado com a saúde bucal, uma parcela de moradores do ABC dizem enfrentar longas filas para conseguir atendimento gratuito com odontologistas via sistema público de saúde. Em alguns casos, como Mauá, pacientes chegam a esperar mais de oito meses para passar por atendimento especializado.
Ao RD, a moradora de Mauá, Angela Maria de Lima, diz que o atendimento especializado oferecido na UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Zaíra II não engloba todos os pacientes. “A fila é enorme, os aparelhos estão sempre quebrados e os dentistas te tratam super mal”, diz.
Uma outra munícipe que preferiu não se identificar diz que o cenário na UBS Paranavaí, ainda em Mauá, não é diferente. “O bairro fica em uma região carente, que precisa de atenção nessa área, mas não tem”. De acordo com a anônima, seu esposo precisou de atendimento para realizar uma extração e a dentista o colocou em uma lista de espera que já ultrapassa oito meses. “Todo esse tempo já se passou e até hoje a extração do dente não foi feita”, reclama.
Segundo ela, a Prefeitura tem atendido somente os casos de urgência, e ainda que seu marido se encaixe neste cenário, o tempo de espera é grande. “Se houver outras necessidades, o dentista decide a possibilidade de encaminhar o tratamento ou não”, completa.
Sobre os casos citados, a Prefeitura de Mauá não se pronunciou.
Cidades prometem encurtar filas
Em geral, via sistema público de saúde, as cidades do ABC oferecem serviços como aplicação de flúor, evidenciação de placa bacteriana, orientação de higiene bucal, biópsia dos tecidos moles da boca, radiografia periapical, tratamento do dente traumatizado, restauração de dente, tratamento endodôntico, raspagem, alisamento subgengivais, etc. Acontece que para quase todos os procedimentos, existe alta demanda de atendimento, o que resulta em longas filas de espera.
Em nota, a Prefeitura de Santo André assume que há longas filas para atendimento na cidade, porém não soube informar quantas pessoas aguardam para serem consultadas. São atendidos, em média, 400 pacientes/mês entre as 31 unidades de saúde, mas de acordo com a administração municipal, a Secretaria de Saúde tem aumentado essa quantidade para “proporcionar maior atendimento” e reduzir filas.
Ribeirão Pires também contabiliza filas para este tipo de atendimento, mas a Prefeitura não soube precisar quantas pessoas aguardam por atendimento. Em nota, a Secretaria de Saúde diz ter descentralizado o atendimento do CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) para as Unidades de Saúde, que segundo a Prefeitura, “ofertarão mais atendimento à população”.
Em São Caetano são cerca de 350 pessoas que aguardam cirurgia buco maxilo facial e outras 330 pessoas para tratamento endodôntico (canal). Com intuito de zerar as filas, a cidade promove o programa contínuo ProSaúde Fila Zero e mutirões mensais. O atendimento está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde da cidade.
Rio Grande da Serra zera filas
Em Rio Grande da Serra, não há fila para atendimento odontológico. A média de consultas é de 155/mês e, para receber atendimento, é necessário agendamento prévio. As consultas são realizadas nas Unidades Básicas de Saúde.
São Bernardo e Diadema não se pronunciaram até o fechamento da reportagem.
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Seção: Saúde