
Publicado em 23/10/2022 - 07:30 / Clipado em 23/10/2022 - 07:30
Número de ameaças a mulheres cresce mais de 16% em um ano
Beatriz Gomes
Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) revela que o número de ameaças a mulheres no interior, que inclui o ABC, disparou 16,11% nos oito primeiros meses de 2022 na comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 30.004 registros contra 25.841 casos em 2021.
Até o momento, o mês de agosto com mais casos, 5.712, enquanto no mesmo mês de 2021, foram registradas 3.535 denúncias. O crescimento foi de 61,58% em relação a agosto de 2021.
Além do crime de ameaça, outro crime de violência contra a mulher que teve crescimento grave no mês de agosto é o de maus tratos. De acordo com a SSP-SP, 47 registros da modalidade foram feitos apenas no oitavo mês do ano, 62% a mais do que em 2021, quando 29 denúncias foram registradas. Apesar do crescimento no mês, o crime deve diminuição de 10,3% nos oito meses de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021. Foram registrados 209 casos em 2022 e, em 2021 foram 233 denúncias de maus tratos contra uma mulher.
Código Penal
De acordo com o artigo 136 do Código Penal, o crime de maus-tratos considera como ilícito a exposição da vida de pessoa sob a responsabilidade do agressor, seja para ensino/educação ou tratamento/custódia, por privação de refeições ou cuidados essenciais, submissão a trabalhos excessivos ou inadequados ou por abuso dos meios de correção ou disciplina.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o ABC tem cinco DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher) localizadas em São Bernardo, São Caetano, Santo André, Diadema e Mauá e apenas uma sala 24 horas, um serviço que funciona em uma delegacia normal onde a mulher é instruída a fazer a queixa de forma online. “Todas as delegacias territoriais do Estado, incluindo as 140 DDMs, seguem o Protocolo Único de Atendimento e estão aptas a acolher as mulheres vítimas de violência, registrar e investigar os casos. A atual gestão criou também a DDM Online, que permite o registro de crimes dessa natureza pela internet, sem sair de casa. Para mulheres com medida protetiva, há o SOS Mulher, aplicativo que prioriza o atendimento a essas vítimas, deslocando as equipes policiais mais próximas ao local da ocorrência”, diz a secretaria em nota.
Lesão corporal dolosa
Além destas modalidades, outro índice de criminalidade que disparou em agosto foi o de lesão corporal dolosa contra a mulher. No quesito, o ABC apresentou crescimento de 30,09% nos casos. Em agosto de 2022, foram registrados 3.514 casos da modalidade, 813 a mais do que no mesmo período do ano passado. De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 21.176 casos de lesão corporal dolosa em mulheres, 2,57% a mais do que no mesmo período do ano passado, que teve 20.645 denúncias.
O crime de lesão corporal consiste em ferir a integridade física de alguém ou causar danos à saúde, como perturbações fisiológicas ou mentais na vítima. Caracteriza-se por ação ou por omissão, podendo ser dolosa, quando existe a intenção, ou culposa, sem intenção.
Feminicídio
Desde 2017, total de 43 casos de feminicídio ocorreram no ABC. O número estava em queda, porém 2022, até agosto (dado mais recente da Secretaria de Segurança Pública), já tem duas vezes mais ocorrências do que as registradas em 2021.
Desde 2017 a cidade com maior número de casos de feminicídio tem sido Santo André, com 11 vítimas. Mauá vem em segundo lugar com 10 mortes e São Bernardo em terceiro com nove. Diadema teve sete mortes; São Caetano, quatro; Ribeirão Pires, dois casos e Rio Grande da Serra não teve nenhuma ocorrência de morte de mulheres tipificada como feminicídio no período.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Policia