Publicado em 13/09/2022 - 08:31 / Clipado em 13/09/2022 - 08:31
UFABC oferece curso sobre estudo de gênero entre propostas de política de diversidade
Beatriz Gomes
Nova política de diversidade da UFABC (Universidade Federal do ABC), estabelecida pelo Conselho Universitário (ConsUni), propõe inclusão obrigatória de uma disciplina chamada “Estudo de Gênero” em todos os cursos de ingresso da universidade. Em entrevista ao RDtv, a coordenadora de Assuntos Comunitários na Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da UFABC, Rena Orofino, afirma que, apesar da inclusão obrigatória, o número de docentes capacitados para lecionar a nova matéria é limitado.
Por conta da falta de professores disponíveis para aplicar a disciplinas obrigatórias, é gerada uma discussão sobre a matriz curricular, como serão os próximos concursos públicos e como as vagas serão distribuídas. “A partir do ano que vem, podemos ter novas contratações e vamos tentar dar conta deste buraco que se criou, a partir desta obrigatoriedade de matérias”, explica Rena.
O Conselho Universitário estabeleceu, por meio de resolução publicada no início de agosto, a Política de Diversidade Sexual e de Gênero da Universidade Federal do ABC. A iniciativa tem como foco a promoção da igualdade e equidade de gênero e o combate às violências contra as mulheres e as pessoas LGBTQIA+. A norma atribui a todas as áreas da UFABC, no que couber a cada uma, responsabilidades relativas à promoção, conscientização e educação sobre a diversidade sexual e de gênero e o combate às violências vinculadas ao tema.
Rena diz que o coletivo de docentes, servidoras e discentes se organizaram para selar um compromisso, da universidade com algumas diretrizes que, já se sabe, a UFABC defende. “Foi uma questão de colocar no papel e estabelecer metas para que a gente consiga chegar na universidade que nós gostaríamos de ter”, expõe.
Dentre outras especificações, consta a inclusão de itens relacionados a medidas de combate a preconceitos e discriminações contra mulheres e pessoas LGBTQIA+ nos editais para contratação de empresas terceirizadas e de prestação de serviços. Há, também, o compromisso de se estabelecer equilíbrio de gênero na composição de todos os cargos sujeitos à indicação, bem como a mediação de conflitos relacionados à diversidade. “Com esta política, ganhamos força para disputar espaços, que não ocupávamos antes, além de ter a possibilidade de lutar politicamente, para se estabelecer em quanto chefia de uma unidade ou em quanto grupo organizado”, esclarece Rena.
O acompanhamento do cumprimento da resolução será de responsabilidade da Comissão Permanente de Acompanhamento da Política de Diversidade Sexual e de Gênero (CDSG), nomeada pelo Gabinete da Reitoria. Anualmente, os setores deverão enviar a esse colegiado um relatório sobre as ações realizadas para atender aos propósitos do documento aprovado. A política de diversidade sexual e de gênero foi definida como de caráter transversal, sendo responsabilidade de todas as instâncias da UFABC zelar pelo seu cumprimento no desenvolvimento de suas ações.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Educação