
Publicado em 01/09/2022 - 07:24 / Clipado em 01/09/2022 - 07:24
Para cumprir promessa do Quarteirão da Educação, Filippi deixa alunos sem transporte
Amanda Lemos
Para cumprir promessa de campanha e construir o Quarteirão da Educação, o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT) deixou 360 crianças, de 4 e 5 anos, sem transporte escolar. Isso porque uma das escolas que precisou ser demolida foi a Emei Carlos Drummond de Andrade, e a medida fez com que os alunos matriculados tivessem que ser transferidos para um “espaço temporário”, este mais afastado e sem transporte gratuito às famílias que vivem no Jardim Promissão.
Ao RD, a mãe de uma aluna matriculada na rede, Rayssa Alves, conta que além da Prefeitura ter encaminhado os alunos para uma espécie de “galpão temporário”, sendo este o antigo espaço que dava lugar à Igreja Evangélica Aliança Eterna das Nações, não há opção de transporte enquanto as obras do Quarteirão da Educação não ficam prontas. “Colocaram nossos filhos em uma escola sem estrutura e muito mais longe do que a antiga, e agora sequer oferecem um transporte para as crianças”, reclama.
Em entrevista, ela detalha as condições da localização do espaço oferecido às crianças: “essa escola fica ao lado de uma biqueira cheia de usuários de drogas que levam insegurança não só para as crianças, mas também para as famílias que precisam levar e buscar seus filhos”, diz. Ainda de acordo com Rayssa, assim como ela, uma parcela de pais também ficou insatisfeito com a mudança dos alunos (vídeo). “Ninguém gostou dessa mudança, hoje mesmo vários pais vieram em frente da escola reclamar como forma de protesto”.
Em nota, a Prefeitura diz que em relação ao espaço temporário, a estrutura conta com seis salas de aula, pátio interno, brinquedoteca, atelier de arte e biblioteca. Já os alunos, entre 6 e 11 anos, que precisaram sair da Emeb Ministro Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro – que também foi demolida em razão da construção do Quarteirão – estes foram divididos em outras duas unidades escolares, a Emeb Cândido Portinari e a nova escola criada no prédio do futuro Centro de Formação Lisete Arelaro, no Centro.
A justificativa para o replanejamento, de acordo com Ana Lúcia Sanches, secretária de Educação, foi justamente que a medida facilitaria no transporte escolar dos alunos. “Os pais entenderam que era melhor as crianças não precisarem do transporte escolar, porque são muito pequenas”, disse. A solução, então, foi localizar na própria comunidade, em um raio de até dois quilômetros, um imóvel para a implementação da escola. Com a mudança no endereço, todo o entorno do imóvel também passou por alterações: a rua Pau do Café teve o sentido alterado e agora não é mais mão dupla.
A situação, no entanto, segue como um impasse na cidade.
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Seção: Educação