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 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 15/08/2022 - 17:24 / Clipado em 15/08/2022 - 17:24

Pesquisa revela pouco conhecimento da população sobre preservação ambiental



George Garcia


Pesquisa coordenada por Rogério Lopes, cientista econômico e pesquisador do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade de São Caetano do Sul) e realizada por alunos da universidade, constatou que ainda há muitas pessoas com pouco conhecimento sobre preservação do meio ambiente e como evitar a poluição e os gases que causam o efeito estufa.

Os alunos Fabiane Cristina Rosante, Izabelle Júlio Menezes, João Vitor Feitosa Lima, Leonardo Franco Aldecôa, Pedro Luiz Costa Pereira e Thiago da Silva Afonso desenvolveram a pesquisa baseada em um questionário. O resultado foi que 50% revelaram conhecimento máximo em relação ao tema, 29% conhecimento médio e 21% conhecimento mínimo. “Esse trabalho teve uma pesquisa de campo que mostra claramente que as pessoas não sabem muitas coisas sobre preservação do meio ambiente, ou não ligam para isso, acham que todos esses ciclos, como o da água, por exemplo, são renováveis. Acham que matéria orgânica não deve ser separada do lixo reciclável e a gente ainda tem políticas que praticamente não são direcionadas nesse sentido, da preservação do meio ambiente”, disse o professor Rogério Lopes, ao RDTv desta segunda-feira (15/08).

Segundo Lopes, em 2015 as sete cidades do ABC se uniram para fazer um plano de preservação, com base em ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). O plano foi criado para ter uma cartilha de ações voltadas à preservação do meio ambiente, não só de empresas, como sociedade, como prefeituras, e governos estaduais e federal. “Infelizmente determinadas ações são implementadas no papel, mas aparentemente não são colocadas em prática porque houve troca de governos e talvez não deram continuidade a essas ações. Isso fica lá parado no PPA (Plano Plurianual). A gente não vê muitas ações. Esse é um investimento de longo prazo e o gasto público talvez seja direcionado a outras ações. Os governos têm déficit público e alguns setores vão ficando, de forma geral não é [o meio ambiente] uma preocupação, é uma coisa que vai se deixando e já estamos colhendo as consequências”, analisa o professor.

O coordenador do estudo lembrou a meta de que até 2030 a produção de carros com motores a combustão se encerre no Brasil e ele aponta para as consequências disso. “E o que se vai fazer com todos esses carros? E os postos de gasolina que mantém empregos? É preocupante o impacto em relação à troca desses carros, ainda há políticas conservadoras, porém na emergência que temos em relação ao clima e aquecimento global, isso deve ser retomado de forma bastante célere e bastante rigorosa, porque senão teremos sérias consequências na economia e na saúde”, diz.

Para Lopes, o processo de poluição que começou no século 18, com o uso do carvão e segue hoje com o uso de combustíveis fósseis, se agravou e a agropecuária também aumenta a quantidade de gases que colaboram com o efeito estufa. “Em 2019 no Brasil a população de bovinos era maior do que a população toda brasileira. Isso traz uma interferência muito séria. Aí forma uma camada de gás e cada vez mais aquecimento, cada vez mais derretimento das geleiras e inundações. Tivemos picos na Antártida de 15°C, é uma temperatura que dá para andar de camiseta. Esse é o principal ataque do ser humano em relação à natureza”, afirma.

O professor da USCS diz também que há pouco a fazer em curto prazo, mas as ações devem começar o quanto antes. “As ações de hoje vão comprometer o nosso futuro. Então em curtíssimo prazo talvez possamos fazer uma propaganda para o reflorestamento, evitar queimadas e proteger a Amazônia, infelizmente os gastos estão sempre em déficit público. Eficiência de lidar com o dinheiro público é que é um problema, muitas vezes não é eficaz e não usam para a finalidade correta”, afirma.

Um dos elementos usados no estudo do Conjuscs é o IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas), vinculado às Nações Unidas. Esse índice mede a poluição mundial e é atualizado a cada cinco anos. O painel é acompanhado por cientistas e, de cinco em cinco anos, tem resultado em relação a situação do clima mundial. “Mas ao invés de diminuir a concentração de gases a gente percebe claramente que estamos aumentando. Mesmo na pandemia, com menos carros circulando, a gente conseguiu quase que dobrar a quantidade de gás carbônico na atmosfera, de 2015 a 2020. Nosso trabalho como professor e cidadão é fazer com que se multiplique esse trabalho. Temos que tomar como princípio básico que a gente tem que se preocupar com o meio ambiente, que engenheiros coloquem em seus projetos a captação de água da chuva para não ter desperdício de água potável, e usem outras fontes de energia como placas solares. Temos que ter consciência futura, pensar nos nossos filhos”, completa o professor.


https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3140836/pesquisa-revela-pouco-conhecimento-da-populacao-sobre-preservacao-ambiental/

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Seção: Meio Ambiente