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 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 03/08/2022 - 16:00 / Clipado em 03/08/2022 - 16:00

ABC tem 52 infectados pela varíola dos macacos; número cresceu 550% em 20 dias



George Garcia


O ABC já conta com 52 casos confirmados de varíola dos macacos segundo dados atualizados pelas prefeituras até a noite desta terça-feira (02/08). Vinte dias antes, no dia 13 de julho, o ABC tinha apenas oito casos da doença, uma alta de 550%. Segundo as prefeituras nenhum caso inspirou cuidados maiores e todos os pacientes se recuperam em casa com orientações para o isolamento.

Para o médico Juvencio José Duailibe Furtado, professor de Infectologia no Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) o aumento do número de casos no início do surto infelizmente é esperado e é, ao mesmo tempo, preocupante. Sobre a transmissão o especialista diz que ela e menor do que a da covid-19. “Isso porque o doente não é só a pessoa que tem um monte de feridas, e porque a principal forma de contágio é o contato físico, como o abraço, por exemplo, e pelo contato com as lesões. Até mesmo a relação sexual é uma forma que está sendo estudada ainda. No transporte público a transmissão é remota, eu diria que é uma das menores formas de se contaminar, diferente da covid-19 em que a transmissão é por vias aéreas, mas é uma doença transmissível e que precisa de isolamento”, diz o especialista.

De acordo com o infectologista há possibilidade de um número muito maior de casos ser diagnosticado até que a vacina possa ser produzida para imunizar a população. “Podemos ter uma explosão de casos, mas até lá é possível que chegue uma vacina, que é a mesma, com pouca variação, da que era ministrada contra a varíola que foi extinta em 1980”, explica. As pessoas com 50 anos ou mais podem ter recebido as últimas vacinas e por isso podem ter algum grau de proteção, mesmo mais de 40 anos depois. “Pode ser uma proteção pequena, mas algum grau vai ter”, explica o médico.


Prevenção

A prevenção à doença é feita evitando contato físico e, ao menor sinal de suspeita da doença, a pessoa deve procurar um médico, segundo orienta Furtado. “Os sinais da doença são febre, gânglios aumentados e as lesões, que podem ser isoladas, ou formar crostas. A única forma de ter certeza é com o exame de PCR em que é feito o sequenciamento genético do vírus. A FMABC já tem a metodologia para fazer esse teste e já fez alguns diagnósticos na região”.

A prefeitura de São Paulo passou a recomendar esta semana que mulheres grávidas utilizem máscara em locais fechados. Para o infectologista da FMABC a medida pode ser um exagero, já que a principal forma de transmissão não é a via aérea. “O uso de máscara já faz parte da nossa indumentária, mas por causa da covid-19. Pode ter transmissão da varíola dos macacos de mãe para filho, nos casos das grávidas, mas o uso de máscara é um exagero. Qualquer um está exposto, não importa o gênero”, diz o médico.

Em casos de confirmação e a pessoa infectada está em isolamento em casa, segundo Furtado, o convívio pode acontecer normalmente, basta evitar o contato com as lesões. As roupas do doente podem ser manuseadas com luvas e lavadas da mesma forma, só que separadas das roupas dos demais moradores da casa.


Casos

Dos 52 casos confirmados na região, apenas um é de adolescente, um jovem de 14 anos de São Bernardo. A cidade é a que tem o maior número de casos da região até agora, são 19 casos. Na sequência, em número de casos, vem Santo André com 17 confirmações de monkeypox. Segundo a prefeitura três pessoas estão curadas e 14 estão em isolamento domiciliar.

Diadema tem 10 casos da doença. De acordo com a prefeitura todos os pacientes estão cumprindo isolamento domiciliar e apresentado bom estado clínico, tendo apenas manifestações de pele. A administração diz ainda que os pacientes estão monitorados pelas equipes das Unidades Básicas de referência com suporte da Vigilância a Saúde. Em Diadema, os casos confirmados recebem material com orientações sobre os cuidados a serem tomados durante o período de isolamento a fim de evitar a proliferação da doença e são monitorados durante todo o período de quarentena.

São Caetano tem quatro confirmações e também nenhuma internação. “A Vigilância Sanitária faz monitoramento dos pacientes e de contactantes, até que tenham alta epidemiológica (21 dias)”, informou a prefeitura.

Mauá tem um caso confirmado, que é um homem de 35 anos que está em casa e apresenta bom estado geral de saúde. Ribeirão Pires também tem um caso e o paciente também se trata em casa. Rio Grande da Serra é a única cidade do ABC que não tem nenhum caso confirmado da doença segundo informou a prefeitura.


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Seção: Saúde