Publicado em 14/07/2022 - 16:06 / Clipado em 14/07/2022 - 16:06
Agência de Desenvolvimento do ABC esboça pacto pela indústria
Carlos Carvalho
A Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC realizou nesta quinta-feira (14/7) mais um encontro setorial, desta vez com o setor têxtil e os integrantes do Desenvolve SP, no Campus São Bernardo da Universidade São Judas. O presidente da entidade, Aroaldo Oliveira, informou apresentou um esboço do pacto regional pela indústria que ficará pronto nas próximas semanas.
O pacto aponta 11 diretrizes que serão seguidas pelos seus signatários, como uma forma de conseguir reverter o processo de desindustrialização da região. “Começamos pelo fato de que precisamos ter um aumento de competitividade regional. Outro grande ponto é que precisamos consolidar a inserção da indústria do ABC tanto no Brasil quanto no mundo, porque se a indústria não estiver no mundo e ficar só no Brasil, ela não consegue sobreviver, pois temos que entender o que é essa nova organização das cadeias de produção. E passamos por outros pontos como a questão da inovação para que possamos consolidar de fato esse ecossistema regional de inovação, com a participação tanto do Público quanto do Privado, precisamos melhorar essa sinergia”, explicou Aroaldo ao RD.
Entre os principais pontos está a preocupação com a divisão do solo nos municípios. Existe uma preocupação do setor industrial com a busca incessante da construção civil para locais que possam receber mais condomínios, algo que não é bem-visto por aqueles que consideram que exista um movimento de transformar o ABC em uma região de cidades dormitório.
A ideia é observar de perto os debates sobre os planos diretores dos municípios que ocorrerão neste segundo semestre. Outra intenção é focar na área da educação e na formação profissional de quem trabalha na indústria, principalmente levando em conta as mudanças que ocorrem nos mais diversos setores.
Confira o conteúdo do esboço do pacto regional:
As entidades signatárias do presente Pacto Regional reafirmam seu compromisso coletivo com o fortalecimento da atividade industrial do Grande ABC. Esse compromisso deve estar pautado pelas seguintes diretrizes:
A elevação da competitividade e qualidade da indústria regional, como meio de ampliar a presença do Grande ABC na economia nacional e na economia global;
A preservação da atividade industrial como fonte de geração de empregos e de valor;
O reconhecimento do Polo Petroquímico de Capuava como relevante fonte de geração de valor e empregos para a região, cabendo a indicação de ações governamentais da esfera estadual e municipal para o seu devido fortalecimento;
A compreensão da educação e da qualificação profissional como elementos centrais da modernização produtiva e tecnológica;
O fortalecimento do sistema regional de inovação, com ênfase na coesão entre as organizações públicas e privadas que dele participam, no compartilhamento de espaços públicos e privados dedicados ao desenvolvimento tecnológico, na captação de recursos para o fomento à inovação no setor privado e na gestão pública, na incubação de startups e outros empreendimentos de base tecnológica, pela institucionalização de leis e políticas públicas orientadas por um plano regional de inovação.
A proteção de áreas para uso industrial, por meio da coordenação dos planos diretores municipais por um macrozoneamento regional, do combate à especulação imobiliária, da harmonização das leis municipais de incentivo ao investimento industrial, do alinhamento tributário à promoção do desenvolvimento produtivo, da adequação de normas e procedimentos para o licenciamento de atividades industriais, e da consolidação de condomínios industriais na região.
A qualificação das infraestruturas regionais, incluindo sistema viário, logística, energia e conectividade.
A melhoria de produtos e processos industriais, com o suporte do parque tecnológico regional, das universidades presentes no Grande ABC, da rede de FATECs/ETECs, da captação de recursos da Fapesp, do apoio do sistema S, e de projetos de extensão tecnológica, especialmente aqueles dedicados às médias e pequenas indústrias.
O reconhecimento da representação sindical e da negociação coletiva como elementos de diálogo social entre trabalhadores e empresas na região.
A busca de soluções específicas para a viabilidade das atividades industriais de baixo impacto e baixo carbono nas áreas de mananciais do Grande ABC.
A estruturação de suportes específicos ao desenvolvimento industrial no Grande ABC, com ênfase nas médias e pequenas indústrias, e a estruturação de um Observatório do Desenvolvimento Regional.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Economia