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 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 27/06/2022 - 07:21 / Clipado em 27/06/2022 - 07:21

Vacinação de crianças segue abaixo no ABC



Carlos Carvalho

Quando uma criança os pais e/ou responsáveis recebem uma série de documentos, entre eles a Caderneta de Saúde da Criança. Em um dos modelos já utilizados apontam que entre as informações da caderneta estão “as vacinas do Calendário Básico de Vacinação, que protegem as crianças de muitas doenças”. Atualmente nem todos estão atentos a essa parte. Municípios da região apontam que muitas crianças não estão imunizadas contra algumas doenças como poliomielite ou sarampo, fato que preocupa especialistas que apontam a possibilidade de retorno de doenças que são consideradas como erradicadas no Brasil.

Em Ribeirão Pires, 2.500 crianças não tomaram a vacina de sarampo e 749 não foram imunizadas contra poliomielite no ano passado. No caso de Diadema, até o último dia 22 de junho apenas 48,5% das crianças foram imunizadas contra o sarampo. Em São Caetano os dados da Prefeitura são de 46,6%.

Santo André aponta que em 2020 a cobertura vacinal contra a poliomielite era de 76%, caiu para 68% em 2021 e está em 59% em 2022. Sobre a vacina tríplice viral, para crianças com menos de dois anos, a cobertura caiu de 79%, para 73% e depois para 61% no mesmo período. Sobre a atual campanha contra o sarampo, a taxa era de 38% até a última quinta-feira (23/6).

São Bernardo apresenta o melhor cenário, com cobertura de 80% da imunização contra o sarampo e 75% contra a poliomielite. As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não responderam aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.

Para tentar alertar os pais e reforçar a necessidade da vacinação, os municípios exigem na matrícula dos alunos na rede pública de ensino a carteira de vacinação atualizada. Além disso, existem materiais com alertas que são divulgadas nas redes sociais, além de busca ativa para que a atualização seja realizada, principalmente nas equipes de Saúde da Família.


Histórico e consequências

Em entrevista ao RDtv, a gestora do curso de Biomedicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Adriana de Brito, relatou que as campanhas antivacina já aconteciam no século XIX, principalmente com base em falsas narrativas cientificas e uso de bases religiosas, principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra.

Outro fato que corroborou muito para o movimento antivacina foi um estudo divulgado na revista Lancet, em 1998, com um estudo que apontava a relação da vacina tríplice viral com o autismo. A informação acabou causando comoção, mas pouco tempo depois se descobriu que houve alteração nos dados para apresentar tal resultado. Mesmo com a descoberta da fraude, se seguiu em alguns grupos a campanha contra a vacina.

Tal situação ganhou mais destaque no Brasil nos últimos, mesmo com o histórico de eficácia das campanhas de vacinação que ocorrem desde o início do Plano Nacional de Imunizações, em 1973. A vacinação contra a Poliomielite ocorre desde 1980, e desde 1989 não há registros desta doença no País, tanto que em 1994 foi concedido o certificado de erradicação, tudo isso em decorrência da vacinação.

Agora Adriana alerta sobre a possibilidade da retomada de doenças com a baixa vacinação. “A queda nas taxas de vacinação é um enorme risco para as crianças e para a população de uma forma geral, porque as doenças que já foram consideradas erradicadas como sarampo e até mesmo a varíola, que está voltando agora na forma da varíola do macaco, que não é exatamente o mesmo vírus que nós tínhamos a décadas atrás, podem voltar. Algumas doenças podem deixar sequelas graves”, explicou.


https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3119670/vacinacao-de-criancas-segue-abaixo-no-abc/

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Seção: Saúde