Publicado em 09/06/2022 - 15:00 / Clipado em 09/06/2022 - 15:00
55 anos do Porão 99: show de aniversário reúne membros da formação original em São Caetano
Show de aniversário reúne membros da formação original do Porão 99 em São Caetano
De volta aos palcos, neste sábado (11/06), um dos precursores e maiores expoentes do rock and roll no Brasil nos anos 1960 e 1970, vai fazer uma viagem pela essência do estilo musical que é considerado o mais influente de todos os tempos: o Porão 99 se apresenta no Espaço Verde Chico Mendes (Rua Fernando Simonsen, 566, bairro Cerâmica, em São Caetano do Sul) em um show comemorativo aos 55 anos da banda.
A programação começa às 14h, com shows dos novos expoentes do rock da cidade: Cracklin Groove (14h), Academia do Rock (15h) e Loki Rock Trio (17h). Danton (guitarra), Oseas (voz) e Nelsinho (bateria), da primeira formação do Porão 99, sobem ao palco às 18h acompanhados de Hélio Leite (contrabaixo) e Jânio Santoni (teclado). O evento tem a realização da Prefeitura de São Caetano do Sul, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), e o apoio cultural da Academia do Rock e do Espaço Leandrini.
O ingresso é solidário: basta levar 1 kg de alimento não perecível para prestigiar a interpretação única do Porão 99 em clássicos dos Beatles, Creedence Clearwater, Deep Purple, Pink Floyd, Queen, Led Zeppelin, além de composição e arranjos autorais, ao ar livre, no parque tido como o cartão-postal da cidade. A atração é livre para todos os públicos: da geração beat à juventude que curte o bom e velho rock and roll.
"Não é um show cover, é interpretação, é contar uma história. Esse é o DNA do Porão 99. A guitarra é a extensão do meu corpo. O microfone é a extensão do corpo do Oseas. A bateria é a extensão do Nelsinho. O teclado é parte do Jânio. E o contrabaixo, do Hélio", comenta o guitarrista Danton Velloso.
O Porão 99 nasceu em São Caetano do Sul, em 13 de julho de 1967, hoje o Dia Mundial do Rock. "Nascemos nos bailinhos de garagem da época. O nome foi inspirado em uma casa noturna localizada na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo, chamada Porão 9. E o Oseas sugeriu Porão 99 porque, assim, nunca seríamos ultrapassados pelo tempo", recorda-se Danton, sem imaginar, na época, que o grupo atingiria o século 21.
"Sempre fomos um conjunto de vanguarda. Tocávamos em primeira mão as músicas recém-lançadas nos Estados Unidos, na Europa", acrescenta. "A oportunidade de estar novamente com o Oseas, o Nelson, o Jânio, o Hélio, para mim, é obra de Deus. É uma gratidão muito grande devolver esse sentimento à São Caetano, compartilhando nossa experiência com o público", declara, emocionado, o músico Danton Velloso.
"Artistas como os do Porão 99 eram os ídolos da juventude sancaetanense nos anos 1960 e 1970, os nossos ídolos. Foi essa turma que trouxe as novidades internacionais que ninguém conhecia, parte da minha iniciação musical. Ter a oportunidade de estar no palco com eles, apresentando a banda ao público das antigas e às novas gerações, para mim é uma honra muito grande. É uma sincronicidade de energias. Uma emoção positiva muito forte", declara o produtor cultural Ricardo Martins de Souza, o Rick and Roll.
Trajetória: Concorrendo com outros conjuntos da época, que tocavam no Círculo Militar, principalmente com Os Botões, os integrantes do Porão 99 - Oseas (vocal), Danton (guitarra solo), Décio (guitarra base), João Alberto (contrabaixo) e Nelsinho (bateria), além da eficiência musical e da assinatura vocal, inovaram ao trazer elementos cênicos aos palcos, com direito a arranjos pirotécnicos. O figurino, capítulo à parte, era colorido e criativo, levando o visual glam rock aos shows.
"Era tudo improvisado. Deixávamos a música fluir, nos levar e não o contrário", relembra Danton Velloso. Em 1973, o grupo assina contrato com a gravadora RCA Victor e - a exemplo de outras bandas paulistas, gravam compactos em inglês - com o pseudônimo de "Doc O Proibido". Três anos depois, são eleitos pela Revista POP como um dos dez melhores grupos de rock do Brasil, ao lado de nomes como Made in Brazil, Os Mutantes e Tutti Frutti.
Um marco histórico do grupo aconteceu no centésimo aniversário de São Caetano do Sul, em 1977, no Estádio Lauro Gomes, quando abriu o show da banda Joelho de Porco. Nesta apresentação, surpreenderam a todos ao tocar com exatidão e poucos recursos a recém-lançada, e até então desconhecida, canção Bohemian Rhapsody, do Queen, com vocal ao vivo, levando a plateia ao delírio.
Acompanhe a programação cultural da cidade pelo site: cultura.saocaetanodosul.sp.gov.br ou pelo Instagram @secultscs.
Veículo: Online -> Portal -> Portal G7 ABC
Seção: São Caetano do Sul