Publicado em 21/05/2022 - 08:03 / Clipado em 21/05/2022 - 08:03
Garcia vira trunfo único para manter Toyota em São Bernardo
Carlos Carvalho
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), virou trunfo único para a tentativa de manter as operações da Toyota na planta de São Bernardo. A reunião entre o chefe do Executivo paulista, o prefeito são-bernardense, Orlando Morando (PSDB), e os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente Moisés Selerges e o diretor administrativo Wellington Messias Damasceno, na última quinta-feira (19/5), não teve debate sobre o que será apresentado para a montadora, mas sim a busca de uma reunião para tentar uma solução ao caso.
O principal ponto é tentar duas alternativas. A primeira (e principal) é a manutenção em definitivo da planta de São Bernardo, evitando que os 550 trabalhadores tenham que se mudar para Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, locais em que a montadora quer realocar as operações. A segunda alternativa é tentar ganhar mais tempo para que uma solução mais detalhada seja encontrada.
“Sabemos que para o Estado de São Paulo a Toyota não está saindo, segue no Estado em que ele (Rodrigo Garcia) governa, mas chamamos a atenção de que a região do ABC é importante. Então o governador se comprometeu a chamar a Totyota, provavelmente na figura do Rafael Chang, presidente da Toyota no Brasil, para uma conversa, para ver uma possibilidade da permanência da planta em São Bernardo”, explicou Selerges em entrevista ao Repórter Diário nesta sexta-feira (20/5).
Não se sabe qual será a maneira encontrada pelo Governo do Estado para evitar tal situação. Durante a gestão de João Doria (PSDB) houve um forte debate para a liberação dos créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das montadoras, um valor estimado em R$ 6 bilhões, que seriam utilizados para fortalecer o setor de ferramentaria, assim mantendo a produção ativa.
No caso da crise com a General Motors (GM) não houve a necessidade, pois, a Prefeitura de São Caetano e de São José dos Campos, cidades que contam com plantas desta montadora, houve um acerto de incentivos fiscais locais e a promessa de novos investimentos.
Fato que não ocorreu com a Ford que fechou as portas após uma decisão global. “O que podemos dizer tanto no caso da Ford quanto da Toyota é que precisamos de um plano nacional para a indústria. Infelizmente só estão olhando para o agronegócio, cada vez é mais espaço para o agronegócio e menos para a indústria. Nosso setor é importante, gera empregos, precisamos fortalecer a indústria no nosso País”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Moisés lembra que a planta da Toyota em São Bernardo é rentável, pois 80% da produção da empresa acaba exportada para países como Argentina e Estados Unidos. “Colocamos também para o governador o que significa a saída da Toyota de São Bernardo e o prejuízo que traz para São Bernardo e para a região do ABC. A indústria é pauta do Sindicato todos os dias, pois é um tema importante. Lembrando que a indústria de transformação já foi responsável por 30% do PIB e hoje não corresponde há 10%”, explicou.
Internamente a Prefeitura de São Bernardo segue negando que realmente haverá a saída da Toyota, apesar do anúncio feito pela empresa em abril. A ideia é lutar até o último ponto possível para evitar que mais uma montadora deixe o ABC.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Economia