
Publicado em 21/04/2022 - 07:16 / Clipado em 21/04/2022 - 07:16
Corecon projeta queda de 1,5% da produção industrial em 2022
Amanda Sakumoto
O Corecon (Conselho Regional de Economia) de São Paulo divulga a segunda edição do Boletim de Conjuntura Econômica do ABCDMRR, que reúne índices econômicos da região, por meio de artigos e análises de representantes do setor econômico, acadêmicos, entidades de classe e de instituições, como o Ciesp (Centro das Indútrias do Estado de São Paulo). Na edição deste mês, o boletim destaca a projeção de queda de 1,5% da produção industrial da região, em 2022, segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Em 2021, a participação do setor indústrial no PIB (Produto Interno Bruto) da região foi a mais baixa desde 1.947, cerca de 11,3%, o que se assemelha aos índices da década de 50, como afirma Antônio Fernando Gomes Alves, delegado regional do Corecon (Conselho Regional de Economia) e professor da USCS (Universidade de São Caetano) e Fundação Santo André, em entrevista ao RDtv, desta quarta-feira (20/4).
O cenário de queda da produção industrial demonstra que o setor tem desafios para manter a viabilidade das operações, já que toda cadeia, não só o setor automotivo, enfrenta a falta de insumos. “Essa queda é reflexo do cenário global, agravado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Há a necessidade de estar em contato com a Agência de Desenvolvimento e dar andamento às demandas, como as relacionadas à qualificação da mão-de-obra, e promovermos reuniões conjuntas com o Ciesp de toda região, para que as decisões e demandas sejam tratadas de forma regional”, afirma José Adolfo Gazabim Simões, 2º vice-diretor do Ciesp Diadema, que ressalta a necessidade de encontrar a vocação industrial de forma homogênea em toda região.
Para Alves, a falta de políticas públicas estruturadas destinadas ao fortelecimento da indústria é agravante. “É preciso agir local, pensando no global. O setor público e os gestores devem olhar e dialogar com os setores representativos, como o Consórcio e o Ciesp, justamente para colocar política industrial que favoreça esse setor, que faz com que a cadeia produtiva de alavanque”, explica. “A indústria coopera, ela liga outros setores e potencializa a economia”, afirma.
Segundo Simões, a falta de indústrias em uma região pode acabar por macular o desemprenho do comércio e dos serviços. “O setor já foi prevaricado há muitos anos. Segundo dados do Fiesp, a indústria de transformação contribuiu nacionalmente com 22,2% do PIB, em 2021, e 68,6% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento foram aportados pela indústria de transformação, no ano passado. Isso demonstra que é esse setor que gera empregos e incentiva comércios e serviços”, afirma. “A indústria gera riqueza sem competir com o comércio e os serviços”, diz.
A segunda edição do Boletim Corecon estará editada e finalizada, disponível para consulta em breve, no site e redes sociais da instituição.
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Seção: Economia