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Publicado em 19/04/2022 - 15:06 / Clipado em 19/04/2022 - 15:06

Consórcio ABC convoca prefeitos para debater ‘novo formato’



Carlos Carvalho


O Consórcio Intermunicipal Grande ABC anunciou nesta terça-feira (19/4) que no próximo dia 26 ocorrerá uma assembleia extraordinária entre os sete prefeitos e que o objetivo é debater o “novo modelo do Consórcio”. Segundo fontes, o ponto é encontrar alternativas para um cenário mais enxuto na entidade regional e que essa movimentação seja feita de “maneira radical”. O encontro ocorre em meio às polêmicas internas entre alguns dos chefes de Executivo.

A radicalização do corte terá como uma de suas bases o fim da “casa” do Consórcio, ou seja, não haveria mais a necessidade de encontros na sede da entidade em Santo André, no edifício Celso Daniel, que pertence ao Paço andreense. Uma das ideias defendidas internamente é de que as reuniões ocorram nas sedes das prefeituras. Segundo informações dos bastidores, um dos principais defensores da ideia é o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB).

Nos bastidores o discurso é “ouvir os prefeitos sobre formas de enxugar” a entidade. De 2021 para 2022 houve uma redução do orçamento de R$ 14,8 milhões para R$ 12,6 milhões, somadas as despesas correntes e de capital. Atualmente o repasse de cada município equivale a 0,15% do orçamento de cada Prefeitura, algo que segue a linha de uma maior redução dos valores aportados na entidade, algo que chegou a ser 0,5% até 2016 e começou a cair em 2017, durante a presidência do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), e que foi seguido por seus sucessores Paulo Serra (Santo André, PSDB) e Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra, Cidadania).

Mas outro ponto de discussão está nas dívidas das cidades com o Consórcio, principalmente São Bernardo, que segundo a própria entidade deve R$ 12 milhões, ou seja, quase a totalidade do orçamento deste ano. Seguindo a linha adotada em 2017 com Diadema, haverá a cobrança deste valor na Justiça.

Outra coincidência está na influência da disputa política na entidade. Em 2017, o então prefeito de Diadema, Lauro Michels (na época no PV, atualmente sem partido), tentava assumir o comando da entidade após ser vice-presidente em três oportunidades. Mas acabou ficando de lado ao ver Morando assumir o posto. Tal fato desencadeou a saída do município da entidade em 2017, retornando em 2019 após acordo costurado por Serra com Michels, e que acabou envolvendo Maranhão e José Auricchio Júnior (PSDB), pois Rio Grande da Serra e São Caetano também encaminharam suas respectivas cartas de desfiliação.

Desta vez, o imbróglio se encontra na disputa nos bastidores entre Morando e Serra, decorrente da disputa eleitoral dentro do PSDB, quando o são-bernardense apoiou João Doria e o andreense apoiou Eduardo Leite nas prévias tucanas. A disputa se acirrou ainda mais com o não repasse feito pela Prefeitura de São Bernardo, a mudança de comportamento do Consórcio ABC que de forma institucional evitava falar sobre as dívidas dos consorciados e que acabou incluindo a relação do governo do Estado com Orlando, principalmente pelos secretários estaduais que antecipavam informações para o tucano em lutas regionais como no caso do BRT, por exemplo.


Eleições

Em 2022, a tensão ganhou outros pontos como a disputa eleitoral que envolverá as primeiras-damas andreense, Ana Carolina Serra (Cidadania), e são-bernardense, Carla Morando (PSDB), cenário que foi evitado em 2018, ainda em tempos de paz.


Fundação do ABC

Todos seguem de olho também nas consequências internas na Fundação do ABC. Paulo Serra teve dificuldades em indicar um nome para a presidência, os municípios mantenedores chegaram a aprovar propostas para evitar que cidades devedoras indicassem algum nome para o cargo, o que atinge diretamente Santo André que tem dívida estimada em R$ 133 milhões com a Organização Social de Saúde.

A Câmara andreense também aprovou o projeto de mudanças de regras, porém, acrescentando que cidades em que prefeitos são investigados pelo Ministério Público também não possam indicar o nome para presidente da Fundação, o que atingiria diretamente Orlando Morando, investigado sobre a desapropriação de um terreno em São Bernardo.

Regina Maura, ex-secretária de Saúde de São Caetano, foi a escolhida no início do ano para ocupar o cargo após consenso entre os tucanos, porém, 95 dias depois renunciou por problemas particulares. Ainda não há uma data para que uma reunião ocorra para a definição de um novo nome. Nos bastidores é especulado que o próximo presidente da Fundação do ABC será de fora da região, para que se evite novos problemas.

(Informações: Carlos Carvalho e Leandro Amaral)



https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3090356/consorcio-abc-convoca-prefeitos-para-debater-novo-formato/

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Seção: Política