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 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 24/03/2022 - 07:21 / Clipado em 24/03/2022 - 07:21

ABC carece de ações para enfrentamento do câncer de mama



Por Redação



De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o Brasil teve, no ano passado, 66.280 novos casos de câncer de mama, o tipo mais comum – depois do câncer de pele. Apesar dos crescentes diagnósticos em todo o País, especialistas afirmam que a região carece de ações de enfrentamento à doença.

Para se ter ideia, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (março), somente São Caetano realizou ação voltada para o combate da doença que mais mata mulheres no mundo. O município iniciou um mutirão de cirurgias contra o câncer de mama, em parceria com o Centro Universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).

O principal objetivo da ação é atender a demanda crescente de casos diagnosticados na cidade, realidade enfrentada em função da falta de acompanhamento de rotina durante a pandemia.

Entre os procedimentos agendados estão: cirurgias conservadoras com e sem necessidade de reconstrução mamária, assim como mastectomias e procedimentos com reconstrução imediata e prótese de silicone.

Para o professor de Mastologia da FMABC e responsável pelo mutirão, Paulo Roberto Pirozzi, algumas pacientes chegam ao consultório com a última mamografia feita no final de 2018 ou 2019. “Infelizmente, muitas pacientes deixaram de realizar a mamografia nos últimos anos, especialmente em 2020 e 2021, e agora temos observado um aumento substancial do número de casos positivos e que necessitam de cirurgia”, informa o médico.

Em entrevista ao RD, a mastologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, Jordana Bessa, explica a importância do incentivo à realização de exames e cirurgias na prevenção. “Existem vários estudos que mostram que fazer a mamografia regularmente a partir dos 40 anos, reduz o risco do falecimento por conta deste câncer. Isso acontece porque o exame detecta nódulos muito pequenos, o que impacta na cura, na necessidade de radioterapia, extensão da cirurgia, entre diversos fatores”, afirma.

Enquanto São Caetano realiza o mutirão, as outras cidades do ABC não possuem qualquer estimativa de mutirão e/ou ação prevista. Em Diadema, Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra a não realização deste tipo de ação acontece em razão dos municípios não realizarem as cirurgias, ou por não haver filas para atendimento desta especialidade, como é o caso de São Bernardo. Já Santo André não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Câncer de mama

O número de mortes por câncer de mama cresce diariamente. Na última pesquisa realizada pelo Inca, chamada Atlas de Mortalidade por Câncer, (2019), foram somados 18.295, sendo 18.068 mulheres e 227 homens. Importante saber que a doença não acomete apenas mulheres, homens também podem ter câncer de mama, mas é algo raro, sendo apenas 1% dos casos.

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

-Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
-Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
-Alterações no bico do peito (mamilo)
-Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
-Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer.

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica.

A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.


Fatores de risco

O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos).


Outros fatores que aumentam o risco da doença são:

-Obesidade e sobrepeso;
-Inatividade física;
-Consumo de bebida alcoólica;
-Exposição frequente a radiações ionizantes para tratamento (radioterapia) ou exames diagnósticos (tomografia, Raios--X, mamografia, etc);
-Tabagismo;
-Primeira menstruação antes de 12 anos;
-Não ter tido filhos;
-Primeira gravidez após os 30 anos;
-Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
-Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
-Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos;
-História familiar de câncer de ovário;
-Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
-História familiar de câncer de mama em homens;
-Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.


Queda no números de cirurgias

Desde o início da pandemia do coronavírus, o número de cirurgias diminui drasticamente. Entre esta queda, estão as cirurgias de câncer de mama. Segundo dados do Ministério da Saúde, coletados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), em 2019, foram realizadas 36.010 cirurgias relacionadas ao câncer de mama. Em 2020, foram 2.828, uma queda de mais de 42%.


https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3078577/abc-carece-de-acoes-para-enfrentamento-do-cancer-de-mama/

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Seção: Saúde