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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 16/03/2022 - 16:22 / Clipado em 16/03/2022 - 16:22

S.Caetano pretende cobrar Sabesp sobre água contaminada




Segundo o prefeito José Auricchio Júnior, questionamento agora deverá ser encaminhado pelo novo superintendente da autarquia


Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC


O Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de São Caetano) pretende questionar a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) com relação ao fato de o município ter recebido água contaminada com metais pesados, como cádmio e chumbo, entre os anos de 2018 a 2020, conforme reportagem do Diário do último dia 10. As informações constam do Mapa da Água, levantamento produzido pela ONG (Organização Não Governamental) Repórter Brasil com base em dados do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), ligado ao Ministério da Saúde.

O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) disse que chegou a falar com o ex-superintendente do Saesa – deixou o cargo anteontem – Rodrigo Toscano sobre possível cobrança à companhia do Estado de São Paulo, e que já teria alertado o departamento técnico da autarquia municipal sobre os dados técnicos para o questionamento. O chefe do Executivo também declarou que o novo mandatário do Saesa, Marcelo Doval Mendes, deverá seguir com a demanda.

“Eu falei com o Rodrigo (Toscano, ex-superintendente do Saesa) e ele disse que o departamento técnico do Saesa já estava ciente da demanda. E esta deve ser uma das primeiras tarefas do Marcelo (Doval Mendes, novo mandatário da autarquia municipal) para cobrar a área técnica, e temos o setor químico, que faz uma interface e que deve estar sintonizando nessa questão”, declarou o prefeito.

Na semana passada, o Diário publicou reportagem em que revela que cinco das sete cidades da região – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Rio Grande da Serra – receberam água contaminada enviada pela Sabesp entre os anos de 2018 e 2020. O estudo revelou que o recurso tinha números elevados de cádmio, chumbo e também de agrotóxicos. Estes elementos podem causar diversos problemas de saúde, inclusive câncer.

Em resposta ao Diário quando da publicação da reportagem, a Sabesp, responsável pelo abastecimento de água às cidades da região listadas no levantamento, admitiu problemas pontuais, mas assegurou que a água fornecida para os moradores das cidades do Grande ABC não é imprópria e cumpre a legislação para potabilidade. Que, visando garantir sua qualidade, a companhia monitora continuamente, conforme exigências do Ministério da Saúde, todas as etapas do sistema de abastecimento, desde o manancial, onde é feita a captação da água, as estações de tratamento e as redes de distribuição até o cavalete na entrada do imóvel dos clientes. 

Na mesma reportagem, a professora e pesquisadora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Marcondes apontou que, embora existam parâmetros para o que é considerado aceitável ser encontrado na água potável, não existem limites seguros para o consumo dessas substâncias. 

“O cádmio, por exemplo, se acumula nos tecidos, nosso organismo não elimina. Que seja uma vez a cada dois meses, uma vez ao ano. Ele vai ficando dentro do corpo e, em algum momento, pode causar a falência dos rins, por exemplo”, alertou. “Está claro que é preciso melhorar o sistema de tratamento de água”, completou. 


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Seção: Política