Publicado em 11/02/2022 - 16:21 / Clipado em 11/02/2022 - 16:21
ABC realiza neste sábado a Conferência Regional de Igualdade Racial
George Garcia
Neste sábado (12/02) o Consórcio Intermunicipal do ABC promove, a partir das 9h, a Conferência Regional de Promoção da Igualdade Racial. O tema central do evento é o enfrentamento ao racismo e às outras formas correlatas de discriminação étnico-raciais e de intolerância religiosa. Para falar sobre a conferência o RDTv convidou nesta sexta-feira (11/02) Andreia Miguel, que é coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Igualdade Racial, do consórcio.
Segundo Andreia uma das grandes realizações do GT foi a criação da Ouvidoria Regional de Combate ao Racismo no ano passado. “Foi uma grande conquista, hoje ela existe no consórcio intermunicipal e cada cidade do ABC teve dois profissionais capacitados para atender todo o tipo de demanda de racismo e de injúria racial. Essa é uma parceria com a secretaria de Justiça. Foi uma proposta nossa que conquistamos juntamente com o GT e o prefeito (e presidente do Consórcio) Paulo Serra (PSDB) que abraçou a possibilidade e ela foi lançada. Para nós essa é uma das conquistas mais importantes”, comenta.
A coordenadora do GT de Igualdade Racial diz que a ouvidoria recebeu poucas denúncias desde que foi criada porque ainda precisa ser mais divulgada e porque a população precisa também aprender a denunciar o racismo. “Tivemos poucos casos devido ao fato da população não ter esse hábito de realizar a denúncia. Os municípios estão se fortalecendo no combate ao racismo para desenvolver um trabalho para que a população crie o hábito de denunciar porque racismo é crime, e ninguém tem que se calar. Cada município tem essa ouvidoria para que ele receba acolhimento e meios para realizar a denúncia e ter respaldo”, explica Andreia Miguel.
O fortalecimento da ouvidoria é um dos principais objetivos da conferência regional deste sábado. Nela serão apresentadas e debatidas as propostas das conferências municipais que vão ser levadas a conferência estadual, ainda em data a ser definida. Os delegados regionais vão trabalhar a questão das políticas públicas de enfrentamento ao racismo. “A própria ouvidoria foi uma proposta da conferência de 2017 que veio se efetivar com a parceria com a secretaria de Justiça”, comenta a coordenadora do GT.
Propostas na área das religiões de matriz africana, que são frequentemente alvos de preconceito, também serão discutidas na conferência. Outro tema é a lei 10.639 de 2003, que tem 19 anos, mas ainda não é totalmente aplicada. A medida prevê o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. “Ninguém nasce racista então a educação tem essa possibilidade de levar maior conhecimento para crianças e jovens. A educação é transformadora”, comenta Andreia. Nesta área de educação o GT tem a proposta de realizar em março um seminário, no consórcio, para levar conhecimento e técnicas para que os professores possam usar em sala de aula.
Cerca de 70 pessoas, sendo sete da sociedade civil e três do governo de cada uma das sete cidades do ABC vão participar da Conferência Regional de Igualdade Racial deste sábado. A abertura e a palestra magna com o advogado Hédio Silva Júnior, ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo, serão transmitidas ao vido pelo pela página no Youtube do Consórcio Intermunicipal. Serão levadas três propostas dentro de cada eixo para serem debatidas e levadas para a conferência estadual.
Feira
No ano passado São Caetano realizou uma feira de itens produzidos pela comunidade negra, a intenção agora é realizar uma feira regional acontecendo todos os anos, cada vez em uma cidade do ABC. Será a Feira Preta que tem o apoio do Sebrae (Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa). “Na pandemia quem sofreu mais foi população preta e pobre, com essa parceria com o Sebrae queremos fortalecer esses microempreendedores com formação para geração de renda. A gente já está organizando para fazer essa Feira Preta Regional no segundo semestre, provavelmente em novembro, sendo a primeira em Santo André. Não precisa necessariamente ser um microempreendedor negro, mas que trabalhar com produtos afro”, conclui Andreia Miguel.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Cidades