Publicado em 10/02/2022 - 17:05 / Clipado em 10/02/2022 - 17:05

Em posse de Regina na FUABC, tucanos relatam problemas internos

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Carlos Carvalho 

A ex-secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone, tomou posse oficialmente nessa quinta-feira (10/2) como a nova presidente da Fundação do ABC (FUABC). Mas o que chamou a atenção foram os discursos dos prefeitos de Santo André, Paulo Serra, e de São Bernardo, Orlando Morando (ambos do PSDB), sobre os problemas administrativos e políticos da entidade nos últimos anos. O são-bernardense relatou problemas com o chamado “nepotismo de CNPJ) e o andreense afirmou que houve a impressão de que seu município não era mais quisto por parte dos integrantes da Organização Social de Saúde (OSS).

Ato de posse virou ação para tratar de problemas internos (Foto: Reprodução)

Morando discursou após o reitor da Faculdade de Medicina do ABC, David Uip, do deputado estadual Thiago Auricchio (PL) e do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB). O são-bernardense parabenizou Regina e afirmou que ela precisaria de “coragem” para administrar a FUABC.

O tucano relatou que foram descobertos diversos problemas na Fundação nos últimos, principalmente ligados a questão financeira, que segundo suas palavras o atual patrimônio da entidade não cobre 10% das dívidas, e sobre o apadrinhamento de médicos e mantenedoras por acordos.

“Acabou o nepotismo nas prefeituras, aliás que bom que acabou. Aqui na Fundação precisa acabar com o nepotismo de CNPJ. Precisa ter coragem, porque isso aqui é uma instituição da sociedade e não é uma instituição para servir uma panelinha, não é uma instituição para servir os amigos dos amigos, seja qual for a mantida. Eu disse a vocês (em reunião) e digo em público, que comece pela mantida de São Bernardo, porque se tiver panelinha de médico por lá, então tem que acabar. Chega de proteger meia dúzia enquanto o cidadão não tem hospital”, disse Morando.

Na sequência, Paulo Serra resolveu tocar na ferida sobre os problemas relacionados a indicações feitas por Santo André para a instituição. Sem citar diretamente o problema, o andreense não escondeu a impressão de que queriam o município fora da entidade.

“Apesar de ser sede, apesar de ser mantenedora da Fundação, confesso a você (Regina) que em muitos momentos nós tivemos a impressão tácita que parte do grupo da Fundação do ABC não queria mais que a cidade de Santo André fizesse parte dessa instituição ou parte da Faculdade de Medicina. Eu não sou muito de olhar para trás, de ficar revirando aquilo que passou, prefiro olhar para frente, encarar e resolver os problemas, mas de maneira muito especial a sua indicação, de você ter aceitado esse desafio, para a cidade de Santo André traz um conforto, uma tranquilidade, uma certeza e convicção que agora vamos caminhar. Santo André nunca teve essa intenção (de sair), muito pelo contrário, Santo André tem um carinho pela administração e uma história com a instituição”, falou Serra.

Os problemas internos foram intensificados no ano passado com o não aceite do nome de Almir Cicote (Avante) para o conselho curador, após sua saída do Semasa. A Prefeitura de Santo André chegou a conseguir autorização da Câmara para transformar a Faisa em uma OSS, assim cuidando de 80% dos equipamentos hoje gerenciados pela Fundação do ABC, o que acabou não sendo levado para frente.