
Publicado em 07/02/2022 - 07:43 / Clipado em 07/02/2022 - 07:43
Região tem mais de mil pessoas em situação de rua e queda é lenta
Amanda Lemos
O avanço da pandemia da covid-19 com a variante ômicron manteve elevado o número de pessoas em situação de rua no ABC nos últimos anos. Apesar da lenta retomada econômica, entre 2019 e 2021, o número de desabrigados caiu somente 5%, passou de 1.130 pessoas sem teto em 2019 para 1.073 até o início de 2022.
Até 2019, São Bernardo estimava ter 365 pessoas nas ruas e, na oportunidade, contava com 180 vagas de acolhimento noturno, sendo 160 masculinas e 20 femininas. Atualmente, a cidade estima que 373 pessoas estejam nesta situação (variação de 2,1%), e para atender a essa população dispõe da Casa de Passagem, no Centro, com acolhimento imediato para 150 pessoas (130 vagas para homens e 20 para mulheres). Além disso, o município conta com moradia provisória, no Riacho Grande, com 30 vagas.
Em Santo André, a população de rua se tratava de um público flutuante até 2020, com cerca de 300 pessoas nesta situação. No entanto, no últimos meses o cenário mudou, e aproximadamente 350 pessoas se encontram nas ruas no início deste ano. Para atender este público, o município possui quatro serviços de acolhimento, localizados na Vila Assunção, Parque Miami, Vila Helena e bairro Silveira, com 208 vagas para atendimento.
Diadema, que até 2019 contabilizava 150 pessoas em situação de rua, apresentou alta no número de desabrigados, com 230 pessoas nesta situação (alta de 53,3%). Para atender a demanda, há convênio com dois abrigos, com 70 vagas noturnas (a ONG MAI, no bairro Canhema, com 30 vagas; e a Transitória Casa do Caminho, no Jd. Rosinha, com 40), além de um centro de referência, que serve de casa-dia, o Centro Pop, com capacidade para até 100 atendimentos diários.
Até 2019, São Caetano contabilizava 47 pessoas em situação de rua, mas o número saltou para 70 no início de 2022. Destes, a Prefeitura informa que somente 30 fazem uso das vagas de acolhimento, enquanto os demais optam por continuar em tal condição, apesar da oferta. Já Ribeirão Pires mantém a mesma quantidade de pessoas em situação de rua, 50 pessoas. Para atender esse público, a cidade dispõe de Casa Acolhida (40 vagas), com espaço para dormir, se alimentar, tomar banho, entre outros cuidados.
As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não informaram a quantidade de pessoas em situação de rua.
Acolhimento
O Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) do ABC atende cerca de 100 pessoas por ação com o trabalho de cozinha solidária, aos domingos, em São Bernardo. Ao RD, o coordenador Thiago Quintanilha explica que o serviço iniciou com intuito de atender a população que não é acolhida e vista pela administração pública.
De acordo com o voluntário, a ação oferece alimentos, agasalhos e também ração para quem possui e vive com seu pet de estimação. “Mantemos a ação há anos, em vários bairros de São Bernardo, porque sabemos da importância de assistir essa população que é tão esquecida pelo poder público”, diz Quintanilha ao citar que os bairros Vila São Pedro, Centro e Ferrazópolis são alguns dos atendidos pelas ações.
Segundo Quintanilha, o número de pessoas na rua só aumenta e o poder público não dá conta da demanda. Diz que, em muitos casos, a própria administração retira os poucos pertences da população de rua. “Quem não aceita ir para os abrigos muitas vezes paga a conta com seus pertences retirados”, diz.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Cidades