
Publicado em 01/02/2022 - 15:59 / Clipado em 01/02/2022 - 15:59
Tite divide com Auricchio preocupação sobre dívida judicial de R$ 120 milhões
De volta ao Legislativo para presidir Câmara após um ano comandando interinamente a cidade, Tite Campanella (Cidadania) se disse ainda muito preocupado com os problemas do Executivo, principalmente a dívida judicial de R$ 120 milhões que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) cobra da prefeitura, e que fora sacado de um fundo judicial na gestão Paulo Pinheiro (MDB). Segundo o presidente da Casa de Leis, o montante que a justiça quer ver quitado em 12 vezes, inviabilizaria qualquer investimento na cidade, visto que a capacidade de investimento da cidade gira em torno de R$ 40 milhões por ano.
“Estourou no meu colo”, disse Tite Campanella que já em novembro teve que tirar dos cofres da prefeitura R$ 7 milhões como demonstração de boa fé para com o credor na tentativa iniciar uma negociação. “Foi uma ação absurda o saque dessa conta e você não vê uma obra, nem um novo viaduto, nem túnel, nem piscinão. Dessa gestão de 2013 a 2016 não se vê uma obra. Esse dinheiro não poderia ser usado para custeio. Estive com o governo do Estado procuramos espectro de negociação e confio que o Auricchio (prefeito José Auricchio Jr – PSDB) vai resolver essa bomba atômica na cidade. São Caetano é uma cidade rica, mas toda a arrecadação está vinculada ao orçamento que temos. Desde o princípio iniciamos um movimento buscando uma conciliação da justiça e para mostrar boa vontade fiz um pagamento de R$ 7 milhões no final de novembro, foi uma entrada. A CPTM não concordou; o Auricchio esteve lá com o Thiago Auricchio (deputado estadual do PL) e com o Rodrigo Garcia. Como cidadão e vereador eu estou preocupado”.
Campanella teme que se não for celebrado um acordo em mais prestações a cidade poderá ter problemas de fluxo de caixa que podem afetar fornecedores. “Se a justiça der que temos que pagar vamos ser sequestrados imediatamente, aí vamos ter problemas de pagamento. É uma lei que existia. Valia a pena usar e quando as ações fossem perdidas repunha dinheiro do fundo. Algumas ganharia e o que perdesse tinha tempo hábil para repor o fundo, mas ninguém imaginou que um fundo tinha 95% de um credor só e era óbvio que a prefeitura ia perder. Gastaram em despesas do dia-a-dia e agora tá aí R$ 120 milhões para a prefeitura pagar”, lamenta.
Legislativo
Em coletiva na Câmara nesta terça-feira (02/02) Campanella disse que o período em que esteve no comando da cidade foi de grande aprendizado e isso vai ajudá-lo a entender melhor a cidade e fazer também um trabalho melhor no Legislativo. “Esse ano que eu fiquei lá aprendi que não sabia nada sobre São Caetano, eu achava que sabia tudo da cidade. Foi uma série de coisas que a gente aprendeu, como por exemplo que nenhuma solução é simples. Foi uma experiência maravilhosa, experiência de uma vida. Acho que agora eu posso servir melhor na Câmara. Foi um processo de amadurecimento, pude a estudar muito sobre a cidade e pude estudar bastante toda a parte de subterrâneo, de obras e licitações, quando se passa por essa experiência vem com bagagem diferente, por isso vou ter como fazer um trabalho muito melhor na Câmara”, disse o vereador.
Tite Campanella também disse que não tem pressa para a definição do novo líder do governo na Câmara, função que vinha sendo feita pelo vereador Gilberto Costa (Avante). Segundo o presidente o regimento interno da Casa não estipula nem essa função. “No regimento não existe o líder do governo; temos liderança de bancada. Por isso não tem obrigatoriedade de ter uma definição agora. O Gilberto tem feito bem e vamos ter algumas mudanças. Alguns vão ser chamados para um projeto maior, mas qualquer um da nossa base pode fazer um bom trabalho”.
Comparando o período em que esteve como prefeito e o retorno à Câmara, Campanella falou da boa relação com os vereadores durante sua estada no Palácio da Cerâmica. “Eu fui muito bem acolhido, a população entendeu e a classe política me acolheu muito bem. Fui cumprir uma obrigação na prefeitura. Eles (vereadores) foram compreensivos, entenderam e me deram o voto de confiança. Na Câmara sou presidente dos vereadores e vou fazer um trabalho para que eles façam um bom trabalho para a população. A maioria das discussões vão ser travadas entre eles, o meu voto é só de minerva”, analisa. “Vou continuar conversando com a cidade só que agora tenho um público interno que são os 19 vereadores com pensamentos e ideologias diferentes”, disse.
Eleições
O vereador em terceiro mandato que assume pela primeira vez a presidência da Câmara disse que está tranquilo com o processo de federalização partidária em que seu partido, o Cidadania, deve caminhar junto com o PSDB. “Para mim está muito tranquilo vamos ficar com bancada de oito vereadores”, disse. Campanella acredita que muitos dos que se colocam candidatos para a presidência devem cair até o início da campanha. “Muita gente vai sucumbir, está virando mais uma coisa de Palmeiras e Corinthians em que não tem espaço para nuances”, comentou.
Para as eleições deste ano Campanella disse que vai apoiar a reeleição do deputado estadual Thiago Auricchio (PL) e do deputado Federal Alex Manente (Cidadania). “Vou apoiar os candidatos o meu partido vou trabalhar para o Thiago Auricchio e para o Alex Manente. O Thiago tem bom mandato, tem talento e o Alex eu ajudo desde que o pai dele era vivo é um amigo. O Alex esteve em São Caetano inúmeras vezes trazendo emendas e vamos retribuir agora em ano de eleição”, destacou. Essa dobrada não é uma deliberação do grupo político ainda, mas Campanella acredita que é a que mais deve seduzir os vereadores da base governista.
Tite Campanella também descartou as especulações de que Thiago Auricchio deveria sair candidato a deputado federal. “O Thiago é jovem tem tempo de aprender bastante ainda, deve ir para Brasília quando estiver mais experiente e com couro mais duro, porque lá apanha bastante”, finaliza.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Cidades