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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 31/12/2024 - 08:36 / Clipado em 31/12/2024 - 08:36

Auricchio vê o ultimo mandato como o mais notável no Paço de São Caetano.


Anderson Amaral

Em entrevista ao ‘Diário’, prefeito diz que, em um governo ‘atípico’, conseguiu realizar em 36 meses o que havia planejado para 48
 

 

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), considera o último o melhor de seus quatro mandatos à frente do Palácio da Cerâmica. Em entrevista concedida ao Diário a dois dias da conclusão de sua gestão, o chefe do Executivo afirmou que, em um mandato encurtado devido à “decisão equivocada” da Justiça Eleitoral que, inicialmente, indeferiu sua candidatura à reeleição e só permitiu sua posse em dezembro de 2021 após a correção por Corte superior, ainda assim conseguiu cumprir seu plano de governo.

“O quarto mandato foi atípico, porque teve um ano a menos por conta de uma decisão equivocada e, depois, corrigida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que nos tirou um ano de administração. Porém, sem sombra de dúvida, foi dos quatro meu melhor mandato, porque a gente conseguiu cumprir, em 36 meses, o plano de governo estabelecido na eleição de 2020 para 48 meses”, avaliou Auricchio. “Do ponto de vista de produção, indiscutivelmente, foi o melhor, e os resultados expressam isso.”

Questionado sobre as realizações que considera as mais importantes do quarto mandato, o prefeito cita a implemen-tação da tarifa zero no transporte coletivo, em novembro do ano passado; o Pronto Cardio, primeiro pronto atendimento cardiológico do Grande ABC, aberto no início deste mês, que “põe São Caetano em um patamar diferenciado em alta complexidade” ; e o Parque Linear Keneddy, inaugurado há nove dias – que, juntas, formam o que Auricchio chamou de “tripé” de melhoria da qualidade de vida da população.

Auricchio garante que entregará ao sucessor, Tite Campanella (PL), as finanças da Prefeitura “equilibradas e organizadas”. Apadrinhado pelo prefeito, o liberal foi eleito em outubro com 59,6% dos votos.

“Todos os programas e equipamentos da Prefeitura estão em pleno funcionamento. Não há um só equipamento fechado, nem obra interrompida. Para as obras em andamento, há reserva orçamentária e previsão de término, com orçamento vigoroso, mas muito realista para 2025, de R$ 2,6 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões para a administração direta”, disse Auricchio. “Se fosse um avião, seria um avião em velocidade de cruzeiro.”

O prefeito ressaltou que deixará obras encaminhadas para Tite Campanella entregar ainda no primeiro semestre de 2025, como o Complexo Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência, o primeiro do gênero no Grande ABC, que substituirá a Fundação Anne Sullivan, extinta em 2023; a reforma do Módulo 1 do Terminal Rodoviário Nicolau Delic, no Centro; e a sequência de intervenções do ReFundação, programa de drenagem e combate a enchentes lançado em abril.

 

TARIFA ZERO

Ao comentar o programa Tarifa Zero, que colocou São Caetano na vanguarda da mobilidade urbana do País, Auricchio destacou que a iniciativa quase quadruplicou o número de passageiros transportados no município, para 80 mil por dia, mas segue “sustentável”, porque o número de veículos em circulação cresceu só 20%. Na cidade, a gratuidade é custeada pelo Fatran (Fundo de Apoio ao Transporte), que recebe recursos de multas de trânsito, exploração de ações publicitárias e dotações próprias.

Neste ano, a arrecadação do fundo alcançou R$ 50 milhões, enquanto o programa custará de R$ 40 milhões a R$ 42 milhões. Assim, segundo Auricchio, não existe o risco de acontecer em São Caetano o mesmo que ocorreu em Ribeirão Pires – que, para garantir o “equilíbrio econômico” do programa, limitou a gratuidade somente aos domingos, das 8h às 17h, extinguindo a aplicação do benefício aos feriados.

“Quando você tem uma gestão efetiva do Fatran, você toca o Tarifa Zero. Além disso, há uma ferramenta passível de ser usada, que é o VT (Vale Transporte) compor o programa, mas não usamos. Enfim, há ferramentas, e isso dá a segurança ao programa ao longo do tempo”, explicou Auricchio.

 

‘Consórcio é um monstro administrativo’

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC transformou-se em um órgão “meramente cartorial, que precisa ser revisado do ponto de vista de sua produção, já que há nítido decréscimo de efetividade, e de seu custo excessivo”, avaliou o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), ao Diário. O chefe do Executivo deu a entender que não se arrependeu da decisão de deixar o colegiado regional, no início de 2023 – decisão seguida também pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (então no PSDB, atualmente sem partido).

“Quando algo custa muito, mas produz pouco, certamente há alguma coisa errada. Sinceramente, naquele momento (da saída), havia a sinalização de que nada mudaria, como de fato não mudou”, avaliou.

Auricchio considerou oportuna e acertada a decisão do prefeito eleito de São Caetano, Tite Campanella (PL), de condicionar o retorno da cidade ao Consórcio a novo modelo de governança, mais barato e eficaz. “Ninguém é contra integrar, institucionalmente, a metrópole do Grande ABC. Isso seria estapafúrdio. Porém, precisamos pensar em um modelo de eficiência versus custo que seja adequado e suportável do ponto de vista orçamentário.”

O prefeito fez um “mea culpa” ao lembrar que foi sob sua gestão que o Consórcio se transformou em uma entidade de direito público. “Porém, o órgão foi transformado em um enorme monstro administrativo, com uma folha de pagamento gigante”, criticou.

 

Destino deve ser setor privado-acadêmico

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), disse que ao Diário que, depois de transmitir o cargo ao sucessor, Tite Campanella (PL), no dia 1º de janeiro, pretende descansar alguns dias com a família, “porque o ritmo de trabalho foi muito forte, sobretudo no segundo semestre”. O pessedista garantiu que não recebeu convites do setor público e revelou que deve aceitar um dos dois que recebeu do setor privado-acadêmico, para ocupar um cargo institucional. Paralelamente, pretende fazer doutorado.

Questionado sobre se poderia seguir o exemplo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (sem partido), que será secretário de Segurança Urbana no governo do prefeito reeleito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), Auricchio reiterou que não houve convite e que considera “muito tarde” para recebê-lo. “Seria preciso uma análise muito criteriosa para responder ‘aceito’ ou ‘não aceito’. É um momento em que você precisa estar preparado e ter disposição para isso.”

Em janeiro de 2013, ao deixar a Prefeitura de São Caetano após concluir o segundo mandato, Auricchio foi nomeado secretário estadual de Esportes pelo então governador Geraldo Alckmin (então PSDB, atual PSB), permanecendo no cargo até o fim de 2014. “Não sou contra, não. Acho legítimo. O Grande ABC tem pouca representatividade fora de seus muros”, ressaltou.

Auricchio disse ainda não ter “nenhuma pretensão” de candidatura em 2026. “Serei cabo eleitoral do (deputado estadual) Thiago Auricchio (PL)”, garantiu.

 

 

https://www.dgabc.com.br/Noticia/4194577/auricchio-considera-4-o-melhor-de-seus-mandatos-no-paco-de-s-caetano

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Seção: São Caetano