Publicado em 31/10/2024 - 18:34 / Clipado em 31/10/2024 - 18:34
Palestra sobre transexualidade em escola de São Caetano gera polêmica e protestos
Redação
Uma palestra sobre transexualidade realizada em uma escola municipal de São Caetano do Sul (SP) no dia 25 de março gerou polêmica entre pais e manifestações na Câmara Municipal. O evento ocorreu na tradicional escola Professora Alcina Dantas Feijão e foi promovido pelo SerTrans, um serviço da prefeitura voltado ao atendimento da população transgênero. Durante a atividade, foram realizadas três palestras consecutivas para alunos do ensino médio, abordando conceitos fundamentais como identidade de gênero e orientação sexual. Um dos slides apresentados detalhou as diferentes formas de transição de gênero, desde mudanças sociais na aparência até intervenções hormonais e cirúrgicas.
Na terça-feira (29), um grupo de pais se manifestou nas galerias da Câmara de Vereadores, expressando descontentamento com o conteúdo da palestra e a forma como foi conduzida durante o horário escolar. Os pais alegaram que não houve aviso prévio para os alunos e suas famílias, e que não foi oferecida a opção de se ausentarem do evento. André Luiz Carvalho, pai de um estudante e professor de educação física, afirmou que, embora reconheça a importância do debate sobre a população trans, discorda de uma abordagem que considera "ideológica". Ele criticou a inclusão de termos como banheiro único para gêneros e a afirmação de que a definição de menino ou menina é uma construção social.
Durante a manifestação, o vereador Parra, do Podemos, apresentou um requerimento à prefeitura solicitando esclarecimentos sobre a realização da palestra. Ele destacou que vídeos que circularam nas redes sociais provocaram diversas reações na comunidade escolar, mas que oficialmente pouco se sabe sobre o evento. O requerimento ainda precisa ser aprovado pela Câmara. A gestão do prefeito José Auricchio Jr., do PSD, emitiu uma nota afirmando que as secretarias de Educação e Saúde mantêm uma parceria para promover palestras e ações nas escolas.
A nota também esclareceu que a palestra em questão não era obrigatória e tinha como objetivo fornecer informações sobre saúde sexual e diversidade, contribuindo para combater a desinformação que circula nas redes sociais. A administração municipal enfatizou que a palestra não incentivou posicionamentos específicos entre os alunos, mas sim buscou informar sobre questões relevantes para a sociedade. A polêmica em torno do evento reflete a complexidade do debate sobre gênero e educação nas escolas, evidenciando a necessidade de diálogo entre diferentes perspectivas.
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