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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 29/10/2024 - 18:02 / Clipado em 29/10/2024 - 18:02

Vereadores cobram explicação sobre palestra trans em escola de São Caetano


Wilson Guardia

Câmara questiona Secretaria de Educação sobre conteúdo passado aos alunos da EME Alcina Dantas Feijão na última sexta-feira

 

Manifestantes a favor e contra a palestra sobre diversidade sexual realizada na sexta-feira na EME Alcina Dantas Feijão, que incluiu orientações sobre transexualidade, ocuparam a galeria da Câmara de São Caetano durante a sessão desta terça-feira (29), na qual foi aprovada, por unanimidade, a extensão por um ano, até dezembro de 2025, do prazo para a revisão do PME (Plano Municipal de Educação).

No plenário, vereadores se dividiram sobre o conteúdo da palestra, que teria sido ministrada sem conhecimento prévio dos pais dos alunos. O assunto veio à tona em vídeo publicado em rede social pelo vereador eleito Getúlio de Carvalho Filho (União Brasil). Ele teria invadido o auditório, passando-se por pai de aluno e atrapalhado a atividade.

Edison Parra (Podemos), vereador de oposição, apresentou requerimento ao governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSD) solicitando informações sobre o episódio, porém o documentou não chegou a ser votado e deve voltar à pauta na próxima semana.

“Os pais e alunos deveriam ter sido informados do conteúdo da palestra dias antes e (a direção da escola) não (deveria) obrigar os estudantes a assistir. Isso não é democrático”, defendeu Parra, que quer explicações da Secretaria de Educação, comandada por Minéa Paschoaleto Fratelli.

Mesmo vereadores de sustentação ao governo criticaram a atividade. “Infelizmente foi uma palestra que não trouxe bons resultados. Não posso compactuar com o modo como os alunos foram submetidos”, disse Cicinho Moreira (PL). “Quando temos ideologias que entram no chão da escola para forçar um conteúdo é um problema. A escola tem que ser neutra e não pode perder o foco”, complementou César Oliva (PSD).

A oposicionista Bruna Biondi (Psol) defendeu o ensino da diversidade sexual nas escolas – o conteúdo em questão foi restrito a alunos do Ensino Médio. Ela apresentou moção de apoio à atuação do Sertrans (Serviço de Referência à População LGBTQIAPN+), da Secretaria de Saúde.

Bruna declarou que a aplicação do conteúdo foi totalmente desrespeitada e lamentou a “violência” praticada “por um sujeito (Carvalho Filho) que ser diz influencer, mas que não influencia nada na sociedade e que invadiu uma escola”. A parlamentar chamou a atenção dos pares para votarem favoravelmente à pauta, chamando de “extremistas de direita” os que defendem “detector de metal e ensino sobre autodefesa”, mas não consideram um “absurdo a invasão da escola”.

A psolista ainda esbravejou contra aqueles que, da galeria, criticavam a palestra. “Nunca vi nenhum de vocês exigindo bons salários para os profissionais da educação e lutando para melhorar a infraestrutura escolar”. Bruna, que nesta terça completou 25 anos, foi vaiada.

Líder do governo na Câmara, Gilberto Costa (Progressistas) foi cobrado pelos vereadores para que levasse o teor da discussão da sessão ao conhecimento do Executivo, para que o “erro” – termo utilizado tanto pelo oposicionista Parra quanto pelo governista Américo Scucuglia (PRD) para se referir à palestra na escola – não se repetisse.

Carvalho Filho compareceu à sessão e acompanhou parte da discussão. “Jamais invadi ou invadiria uma repartição pública, muito menos uma escola. Já solicitei as imagens e assim que estiver em mãos faço questão de entregá-las ao jornal e todos verão que minha entrada foi franqueada e autorizada pela segurança do campus”, disse ao Diário.

 

 

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Seção: São Caetano