Clipclap

Aguarde ...

 Portal G1

Publicado em 13/10/2024 - 08:42 / Clipado em 13/10/2024 - 08:42

Ricardo Nunes culpa Enel pelos problemas na cidade de SP após temporal


Redação

Segundo o prefeito de SP, dos 1,6 milhão de clientes da Enel ainda sem energia na Grande SP, mais de 960 mil endereços estão na capital paulista. 'Nossa pendência e nossos problemas mais uma vez é a Enel', afirmou.

 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, afirmou neste sábado (12) que depende da ação da empresa de energia Enel para resolver todos os problemas na cidade pela falta de luz que afeta mais de 1,6 milhão de pessoas na capital paulista e na Grande SP.

Segundo Nunes, só na capital paulista são mais de 960 mil endereços que ainda estão no escuro, quase 20 horas depois da chuva ocorrida na capital paulista na noite de sexta-feira (11).

    “Essas questões [da falta da energia] foram ocasionadas por problemas em 17 estações da Enel, que, inclusive, não ficam na cidade de São Paulo. Foram atingidos aqueles linhões por onde passam a energia que não ficam na cidade”, disse o prefeito.

Com 168 semáforos inoperantes e 386 ocorrências de queda de árvores e galhos registradas desde a noite de sexta (11), o prefeito afirmou que 40% das remoções já foram resolvidas e as outras 60% ainda não foram retiradas das ruas também por causa da concessionária de energia.

“Essas 60% [de árvores caídas] dependem do desligamento da energia para fazer o corte ou remoção ou poda, o que representa 232 árvores. Os 168 semáforos inoperantes também estão em regiões ainda sem energia. Nós estamos com nosso plano de contingência em pleno vigor. Equipe preparada com mais de 4 mil homens atuando na cidade. Nossa pendência e nossos problemas mais uma vez é a Enel”, declarou.

Nunes também disse que ligou para o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa Neto, que teria dito que abrirá um termo de caducidade junto à Enel, uma vez que já foram aplicadas várias multas à empresa desde a crise de energia de novembro do ano passado.

Isso se dará, segundo o prefeito, se for constato culpa ou alguma inércia da concessionária na atual falta de energia na capital e na Grande SP.

O g1 procurou a Aneel e não obteve retorno para comentar o assunto. Oficialmente a agência afirmou apenas que vai intimar a distribuidora da região metropolitana de São Paulo, a Enel SP, para apresentar uma proposta de "adequação" da prestação do serviço de fornecimento de energia no estado.

"É inadmissível, que após 1 ano, a população de São Paulo tenha que experimentar mais uma vez demora no restabelecimento do serviço e falta de comunicação da empresa com seus consumidores. Em virtude disso, a diretoria da ANEEL, solicitou que a área de fiscalização intime imediatamente a empresa para apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço diante das inúmeras ocorrências registradas ontem e hoje, de falha na prestação do serviço de distribuição", afirmou a agência por nota.

 

Queda de árvores 'saudáveis'

Sobre as árvores 386 que caíram na cidade durante o temporal, o prefeito disse que eram 'árvores sádias" e que vieram abaixo em razão dos fortes ventos que atingiram a capital.

“Quando você tem ventos de 89 km por hora, você vai observar que são árvores sadias que foram acometidas por essa queda por conta dos fortes ventos. O que a gente precisa ter é o que a gente tem hoje: um plano de contingência. Equipe preparada. Nós temos a nossa equipe, reforçamos a equipe dos bombeiros com a operação delegado, equipamentos e carros. Foi feito no último ano mais de 600 mil cortes e podas de árvores. É continuar dando a manutenção pra que a gente possa minimizar”, declarou Nunes.

Por conta da crise de falta de energia, o prefeito cancelou todos os compromissos de campanha neste sábado (12) e desistiu de ir à cidade de Aparecida, no interior, onde comemoraria o dia da Padroeira do Brasil, nesse 12 de outubro.

Após dar uma coletiva de imprensa na sede do Smart Sampa, no Centro, onde fica a central de monitoramento de câmeras da prefeitura, o prefeito se dirigiu ao bairro da Lapa, onde foi acompanhar os trabalhos de remoção de uma grande árvore na rua Catão, na Zona Oeste.

 

O que diz a Enel

Mas cedo, o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, disse em coletiva de imprensa que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP. Lencastre afirmou que está importando equipes que trabalham para a empresa no Rio de Janeiro e no Ceará para agilizar o trabalho de retomada da energia.

“Na noite de ontem a gente acionou imediatamente o nosso efetivo do plano de contingência que estava previsto. E isso significa que nós estamos com 800 equipes [trabalhando nas ruas] ou 1.600 técnicos eletricistas atuando em campo. Em paralelo, continuamos trabalhando para que até o final do dia de hoje tenhamos mais equipes trabalhando conosco. Estamos trazendo ao longo do dia equipes do Ceará e Rio de Janeiro”, afirmou em coletiva.

Guilherme Lencastre não deu previsão para a retomada total do serviço na Grande SP e disse que as áreas mais afetadas foram as Zonas Oeste e Sul de São Paulo, além dos municípios de Taboão da Serra, São Bernardo, Santo André e Diadema.

    "Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (...) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes", declarou.

O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz há mais de 18 horas na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.

Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade, que afetaram mais de 2,1 milhões de clientes da empresa desde sexta (11).

“Foi a maior ventania desde 1995. 20% da nossa base de clientes foram impactados. Dos nossos 8 milhões de clientes, 1,6 milhão ainda são afetados até agora. Também estamos conversando com concessionárias vizinhas para restabelecer mais rápido possível”, declarou.

 

Mais de 18 horas no escuro

O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30 e deixou mais de 2,1 milhões de endereços sem energia elétrica na área de concessão da Enel, segundo levantamento da própria empresa.

A Enel afirma que desde a sexta conseguiu religar a energia para 500 mil endereços, mas que está com um plano emergencial em operação no momento para restabelecer o quanto antes a luz para os outros clientes.

    “De imediato, a companhia acionou um plano de emergência e cerca de 800 equipes (1,6 mil técnicos) estão em campo. Ao longo do dia, a empresa mobilizará cerca de 2.500 técnicos. Em alguns locais, trechos inteiros da rede foram danificados e será preciso reconstruir quilômetros de rede, trocar postes, transformadores e outros equipamentos”, disse a empresa em comunicado distribuído à imprensa na manhã desta sábado (12).

Conforme o g1 publicou, moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narram que estão há mais de 18 horas sem luz. Eles narram muitas dificuldades para tentar falar com a Enel para abrir chamado e tentar uma previsão de restabelecimento da energia elétrica.

O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e está ampliando a capacidade de atendimento.

 

Por ora, a Enel diz que os canais mais recomendados pela empresa para o contato dos usuários são os seguintes:

    SMS: envie gratuitamente mensagem de texto do seu celular para o número 27373 com a palavra luz e o número da instalação que está sem energia. exemplo: luz 012345678.
    Pelo aplicativo da Enel, site enel.com.br e whatsapp: (21) 99601-9608.

A falta de luz na Grande SP já afeta o abastecimento de água em várias cidades da região, segundo a Sabesp. Segundo a empresa, as regiões mais afetadas pelos problemas de distribuição de água são a capital paulista, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia.

No comunicado divulgado neste sábado (12), a Sabesp pediu economia de água e uso racional até a volta completa da energia elétrica, que afetou o funcionamento das estações elevatórias de tratamento e abastecimento nessas regiões (veja mais aqui).

 

Bairros sem luz

Ventania na região da Bela Vista, em SP

Mais de 18 horas depois do forte temporal que atingiu a capital paulista e cidades da Grande São Paulo, no começo da noite desta sexta-feira (11), moradores dos municípios atingidos ainda relatam falta de luz.

Na manhã deste sábado (12), moradores dos bairros Morumbi, Vila Sônia, Jabaquara e Ipiranga na Zona Sul, e Liberdade (Centro), além de Pompeia, Pinheiros, Vila Madalena e Vila Romana (Zona Oeste), por exemplo, ainda permanecem parcialmente sem energia elétrica. Alguns bairros de cidades como Cotia, Diadema e São Bernardo do Campo também estão na mesma situação.

Os moradores também relatam falta de contato com a empresa de energia Enel Distribuição São Paulo, responsável por essas áreas.

Por meio de nota distribuída no final da noite de sexta (11), a Enel disse que "parte da sua área concessão foi atingida por chuvas e fortes ventos no fim da tarde e início da noite de hoje" e a "empresa acionou imediatamente o plano de emergência e reforçou suas equipes em campo para reconstruir trechos da rede danificados".

"Técnicos da companhia seguirão atuando ao longo da noite para normalizar o serviço para os clientes que tiveram o fornecimento impactado", declarou a companhia.
 

Mortes e estragos da sexta

Na contagem feita até a manhã deste sábado (12), sete pessoas haviam morrido no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:

    Bauru: três mortes após queda de muro
    São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo
    Diadema: uma morte após queda de árvore
    Cotia: duas mortes após queda de muro

A falta de energia elétrica generalizada na Grande São Paulo após a tempestade afetou a distribuição de água em algumas regiões de São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia, informou a Sabesp.

Dezesseis estações elevatórias (equipamentos que transportam água para níveis geográficos mais elevados) foram prejudicadas.

A concessionária de energia foi acionada pela Sabesp, que orienta aos moradores o uso consciente da água armazenada nas caixas residenciais.

 

Queda de poste na Avenida Morumbi, Zona Sul de SP

Regiões afetadas:

    CAPITAL: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá;
    SANTO ANDRÉ: Vila Progresso, Miguel Ângelo, Vila Suíça, Gerassi e São Jorge;
    SÃO CAETANO: Vila Gerty;
    SÃO BERNARDO DO CAMPO: Vila Planalto e Nova Petrópolis;
    COTIA: Jardim Atalaia;
    CAJAMAR: Jordanésia e Parque São Roberto.

 

Passageiros se aglomeram na saída da estação Santo Amaro

Estragos em shopping e posto

Fortes ventos arrastaram estruturas metálicas no Shopping SP Market, na Zona Sul da capital, e atingiram carro em estacionamento. Até a última atualização desta reportagem, não havia informação de feridos.

A assessoria de imprensa do shopping informou que partes do forro e da fachada cederam. "A equipe de brigada foi acionada imediatamente e isolou o local. O empreendimento segue funcionando normalmente", disse em nota.

 

Carro é atingido e estruturas são arrastadas com força do vento em shopping de SP

Uma câmera de segurança registrou o momento em que cadeiras e guarda-sóis em piscina de prédio na Mooca, na Zona Leste, foram arrastados e voaram durante a ventania.

 

Cadeiras e guarda-sóis voam com força do vento em área de lazer na Mooca, na Zona Leste

Mais cedo, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, parte do teto de um posto de gasolina caiu em cima de um carro na Estrada Tenente José Maria da Cunha, no Jardim Record. Ainda não há informação de vítimas. Na cidade, foram registrados ventos de cerca de 80 km/h.

Em Taboão da Serra, ainda segundo a prefeitura, foram registradas a queda de 30 árvores em vias públicas, além de uma antena de rede de celular no Jardim Maria Luiza e tapumes de obras na Praça Nicola Vivilechio, no Centro.

 

Teto de posto cai em cima de carro em Taboão da Serra

Previsão para sábado e domingo

Na madrugada deste sábado, os termômetros localizados nas estações meteorológicas do CGE registravam média de 20°C, informou o CGE. Imagens do radar meteorológico indicavam apenas ocorrência de chuviscos isolados.

Há previsão de chuva entre a madrugada e o amanhecer. No restante do dia, a quantidade de nuvens diminui e o sol aparece, segundo o centro. A máxima chega aos 27°C à tarde, e a mínima de 17°C será observada à noite.

No domingo (13), os ventos que sopram do mar favorecem o ingresso de umidade e a formação de muitas nuvens em toda a faixa leste paulista. Com isso, o céu varia de nublado a encoberto, e a temperatura apresenta declínio. A mínima prevista é de 16°C, e máxima, de 23°C.

 

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/10/12/com-386-quedas-de-arvores-e-168-semaforos-inoperantes-nunes-culpa-enel-pelos-problemas-na-cidade-de-sp-apos-temporal.ghtml

Veículo: Online -> Portal -> Portal G1

Seção: São Caetano