
Publicado em 13/10/2024 - 08:45 / Clipado em 13/10/2024 - 08:45
Apagão em SP: Enel restabelece energia para 1,2 milhão, mas 900 mil seguem sem luz pelo segundo dia
Concessionária não informou prazo para a completa retomada do fornecimento de energia
Por Juliana Causin — São Paulo
Mais de 35 horas após o temporal que atingiu São Paulo, cerca de 900 mil residências seguem sem energia na capital e região metropolitana. As chuvas desta sexta-feira deixaram no escuro 2,1 milhões de clientes da Enel. Desses, 1,2 milhão tiveram o serviço restabelecido, informou a concessionária neste domingo.
Em nota, a concessionária de energia afirmou que há casos em que o trabalho "é mais complexo, pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede". A empresa havia informado ontem que o impacto do apagão era mais crítico em bairros da Zona Sul da cidade.
Em São Paulo, o número de pessoas sem luz é de 552 mil. Na região metropolitana, os municípios mais afetados são São Bernardo do Campo com 60,4 mil unidades, Cotia com 59 mil e Taboão da Serra com 55,5 mil.
A companhia diz que está trabalha com cerca de 1,6 mil técnicos em campo e que ainda irá mobilizar cerca de 2,5 mil profissionais, promessa feita no sábado pelo presidente da Enel SP, Guilherme Lencastre. "Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio, do Ceará e de outras distribuidoras", informou a empresa.
Sem previsão de retorno
Em coletiva de imprensa, o executivo definiu o temporal como um "evento climático extremo" e disse que não era possível dar uma previsão de quando a energia seria completamente restabelecida na cidade. Segundo ele, o temporal atingiu mais redes de alta tensão do que no apagão que deixou para da cidade no escuro em novembro do ano passado.
— Não estamos dando prazo nesse momento. Para os clientes que receberam esse prazo (volta da energia em 6 horas), nós não estamos confirmando porque a gente precisa ter um dimensionado melhor. — afirmou o presidente da Enel.
No sábado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) comunicou que a área de fiscalização do órgão irá intimar "imediatamente" a Enel São Paulo "para apresentar justificativas e uma proposta de adequação imediata do serviço diante das ocorrências registradas" ontem e hoje na cidade. No início do ano, a agência aplicou multa de R$ 165,8 milhões à Enel por interrupções no serviço entre 2022 e 2023.
Mortos, árvores caídas e falta de luz
A chuva intensa começou por volta das 18h da sexta-feira, seguida por um vendaval que gerou alagamentos, queda de árvores e estragos pelas cidade. A força do vento, que chegou a 107 km/h foi a maior registrada em quase três décadas.
O temporal deixou um rastro de destruição na capital e em cidades próximas, resultando na morte de sete pessoas no estado. Uma das vítimas, em São Paulo, foi atingida por uma árvore, enquanto outras três perderam a vida na região metropolitana também em consequência das chuvas. Em Bauru, no interior, a queda de um muro causou a morte de três pessoas, incluindo mãe e filha.
Além da falta de energia, o apagão gera também falta de água para parte dos moradores. Responsável pelo abastecimento em São Paulo, a Sabesp informou no sábado que o problema atingia 31 bairros da capital e de cidades no entorno, como São Bernardo do Campo, São Caetano e Santo André. A interrupção foi causada pela queda de energia que afetou estações elevatórias e os boosters, os equipamentos que transportam a água para locais mais altos.
Na capital, 21 bairros foram afetados: Vila Formosa, Jardim São Luiz, Capão Redondo, Morumbi, Americanópolis, Vila do Encontro, Parque Bologne, Interlagos, Grajaú, Parelheiros, Sapopemba, Cursino, Jardim Marilda, Vila Clara, Vila Romana, Ipiranga, Vila Jaguara, Pirituba, Parque Anhanguera, Vila Maria e Jaraguá.
De acordo com a Enel, a falta de luz impactou mais os bairros de Ipiranga, Pedreira, Campo Limpo, Jabaquara, Santo Amaro, Pinheiros e Vila Andrade. Na região metropolitana, o cenário foi mais crítico em Tabão da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema e Cotia.
Durante o sábado, além das árvores caídas, as ruas de São Paulo ficaram também com centenas de semáforos desligados. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ao menos 187 sinais ficaram inoperantes na cidade.
Previsão para os próximos dias
Depois de um sábado com chuvisco durante a noite, não há previsão de chuva neste domingo, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) de São Paulo
Na segunda-feira o tempo deve ser de sol entre muitas nuvens e também sem previsão de chuva. A temperatura varia entre 15°C e 24°C. Na terça-feira, o céu fica nublado no início do dia, mas o sol predomina ainda pela manhã, com temperaturas oscilando entre 15°C e 27°C.
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Seção: Brasil