Publicado em 02/10/2024 - 19:32 / Clipado em 02/10/2024 - 19:32

Editorial - Auricchio na mira da PF

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Redação

 

A denúncia apresentada pela vereadora Bruna Biondi (PSOL) contra o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), é um marco no debate sobre violência política de gênero no Brasil. As acusações, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, são graves e não podem ser ignoradas: segundo a legisladora, o chefe do Executivo teria agido de forma a silenciá-la e deslegitimar sua atuação enquanto mulher no exercício do mandato. Em um cenário político ainda predominantemente masculino, as mulheres que ousam ocupar espaços de poder enfrentam não apenas o desafio da governança, mas também a resistência de adversários que tentam minar suas vozes.

Recentemente tipificada no Brasil, a violência política de gênero caracteriza-se por ação, conduta ou omissão que prejudique ou impeça o exercício de direitos políticos por parte de mulheres. A Lei nº 14.192/2021 estabelece punições claras para os envolvidos nesse tipo de crime. Caso o acusado seja condenado, pode enfrentar desde penas de reclusão, que variam de 1 a 4 anos, até multa, além da inelegibilidade para cargos públicos, o que impede o condenado de disputar eleições por um determinado período. A legislação ainda prevê a aplicação de medidas protetivas para a vítima, como a proibição de contato entre o agressor e a agredida, a fim de garantir a segurança de quem sofreu o ataque.

Casos como o de Bruna Biondi demonstram que a luta por igualdade ainda enfrenta fortes barreiras no País.Eventual condenação de Auricchio pode estabelecer precedente histórico, sendo ele o primeiro político brasileiro a ser responsabilizado por violência política de gênero. Seria também um legado profundamente lamentável para a história de São Caetano, especialmente em momento de avanços na participação feminina na política. Desfecho contrário ao prefeito reforçaria a necessidade de vigilância contínua e de punições severas para quem comete violência deste tipo, servindo como alerta para que outros gestores e políticos repensem suas condutas em relação às mulheres no espaço público.

 

 

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