
Publicado em 12/09/2024 - 17:20 / Clipado em 12/09/2024 - 17:20
ABC dá grande contribuição à digitalização, diz membro do Instituto Brasil Digital
George Garcia
Para o vice-presidente do Instituto Brasil Digital e presidente do Sineco (Conselho do Sistema Nacional de Ecossistemas de Inovação e Transformação Digital), Ary Silveira Bueno, o ABC tem feito uma grande contribuição na troca de experiências entre empresas e governos, rumo à transformação digital. A realização de eventos como a posse do Conselho Regional do Ecossistema São Paulo (EcoSis SP-ABC) na última semana, e o encontro realizado pelo Instituto em fevereiro no IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), mostram a organização no segmento.
Em entrevista concedida ao RDTv nesta quarta-feira (11/09), Bueno falou sobre os processos de digitalização e como o ABC está na vanguarda e serve como exemplo para outras regiões do Estado e do país. “Toda empresa requer o digital, isso é verdade, haja vista que há nove anos foi dito que toda a empresa, no futuro, seria de tecnologia e nove anos depois isso é uma realidade, portanto o futuro chegou muito depressa. O recurso financeiro é muito importante e quanto pensamos e percentual do PIB que é investido em inovação, quando comparamos o Brasil com os países nas primeiras colocações, a gente está bem distante, mas é possível fazer mais e melhor do que vem sendo feito com os recursos que dispomos, aliás esse é o desafio; fazer com o que se tem. Aí vem o trabalho de aproximação de todos os recursos possíveis de ofertas e demandas, essa é a contribuição que a gente pode dar e é o que o ABC vem fazendo”, diz.
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Bueno conta que o governo paulista tem iniciativas importantes na área de formação para o letramento digital e alfabetização em dados, mas com poucas vagas. “A demanda é maior do que a oferta em termos de pessoas preparadas em termos de letramento digital, alfabetização em dados, porque são níveis diferentes, mas absolutamente complementares e que a gente pode dizer que é a capacitação antes até da capacitação profissional, a capacitação digital. Portanto é uma preocupação que vem sendo trabalhada, é uma preocupação também do Estado de São Paulo, que tem recursos, mas a demanda para as capacitações digitais é bem aquém do que se desejaria ter”, aponta o vice-presidente da Brasil Digital.
A aproximação entre a oferta e a capacitação, além de demonstrar e difundir as experiências são parte do trabalho do instituto. “Isso vem sendo feito e o ABC vem exportando essa experiência, que, a rigor, começou de cinco anos para cá, em meados de 2019, antes da pandemia e a pandemia acelerou demais isso. Esse é um trabalho iniciado pelo Instituto Brasil Digital, ainda como instituto Micropower anteriormente, que culminou com o decreto 9319/2018 que trouxe a estratégia brasileira para a transformação digital. O ABC teve pessoas nesse processo de liderança, e aqui destacamos o curador nacional do Movimento Brasil Digital, o Francisco Antonio Soeltl, de São Caetano, que criou e lidera todo esse processo. A gente vem trabalhando através de uma governança muito bem estruturada, à partir do ABC, que foi a primeira regional criada, em maio de 2020, em plena pandemia, depois vieram as regionais de Sorocaba e região, Vale do Paraíba em outros estados e agora, recentemente, a criação do conselho em nível do Estado de São Paulo. Essa experiência já tem mais de duas décadas e de 6 anos à partir do decreto 9319, portanto uma contribuição a partir do ABC”, destaca Ary Silveira Bueno.
O instituto organiza também o prêmio Brasil Digital Ozires Silva, que já teve 20 edições e a 21ª está em curso. Santo André já participou com dois projetos. “O ABC já levou experiências para o Sul e Sudeste exceto, Espírito Santo. O instituto conta também com a Academia Brasil Digital, que disponibiliza conteúdos para a formação e qualificação de pessoas dentro dessas habilidades voltadas para o mundo digital e também realiza o Congresso Brasil Digital, que ocorreu em maio. Então tem sido feito um trabalho que tem reverberado em todos os principais atores da região. Então você tem academias aqui muito juntas, o Sebrae com um trabalho muito importante com as startups. A cada evento isso vem crescendo e isso vem sendo compreendido pelo ABC como um todo”, diz Bueno.
O próximo evento acontece de 26 a 28 deste mês, o Congresso Nacional de Empreendedorismo Pesquisa e Extensão organizado pela USCS e startups da região. “Têm sido eventos cada vez mais de contribuição para o ABC e do ABC para outras regiões, eventos que são gravados e passados para o Ecossistema do Movimento Brasil para Todos”, explica o vice-presidente.
O manifesto do Brasil Digital para Todos trabalha cinco pilares: a pessoa, com destaque para suas habilidades; o governo digital, sendo o Brasil o segundo governo mais digital do mundo, perdendo apenas para a Estônia; negócios digitais; tecnologias digitais habilitadoras, tais como a Internet das Coisas e Inteligência artificial e por último a Governança ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). “Acabamos de publicar um texto em que a gente sugere que essas dimensões sejam consideradas para que as organizações, ao fazerem seus planejamentos considerem tudo isso de forma muito efetiva, prática, para realizar seus orçamentos. Estamos falando de organizações que aplicaram suas experiências como Bradesco, Grupo Suzano, Embraer, a Tegma – que é do ABC, a Paranoá – de Diadema, o BNDES, as cidades como já mencionei o fazem observando essas quatro dimensões”, conta Bueno.
Mais informações sobre experiências e oportunidades para capacitação no site: www.brasildigitalparatodos.org.br. No próprio site é possível fazer adesão ao Movimento Brasil Digital. “O ABC tem uma condição extraordinária de ser um distrito de inovação. Ele tem características bastante importantes para se transformar o que será fantástico. A gente trabalha para isso, não é apenas sonho ou algo inatingível”, completa Bueno.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário
Seção: São Caetano