
Publicado em 22/06/2024 - 08:01 / Clipado em 22/06/2024 - 08:01
ABC alcança apenas 23,8% da meta de vacinação contra poliomielite
Laura Cruz
Devido à baixa adesão à vacinação contra a poliomielite, o Governo do Estado de São Paulo decidiu prorrogar a campanha de imunização até 30 de junho. Até o momento, Rio Grande da Serra, Diadema, São Caetano, São Bernardo e Santo André registraram um total de 21.221 crianças vacinadas, o que corresponde a 23,8% da meta de 95% estipulada pelo Estado. São Caetano é o município com menos doses aplicadas, atingindo apenas 5,9% da meta.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus que pode levar à paralisia severa e até à morte. A transmissão ocorre por meio do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas.
Em razão disso, a campanha de vacinação é voltada para crianças de dois meses a quatro anos, e a imunização ocorre em todos os postos de saúde da região, em horário comercial: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com exceção de Rio Grande da Serra, que encerra as aplicações da vacina às 15h45, e Diadema que encerra às 16h.
Taxa de imunização
Para se ter ideia, até o momento, 311 crianças foram vacinadas em Rio Grande da Serra. Em Diadema, 18.011 crianças estão na faixa etária alvo, mas somente 4.975 doses (27% do total) foram aplicadas. Já em São Caetano, a campanha visa vacinar 6.164 crianças, mas até o momento somente 315 crianças receberam a aplicação, o que corresponde a 5,9% da meta. Adicionalmente, 330 crianças foram vacinadas durante a campanha de imunização, mas não são incluídas na contagem oficial da cobertura vacinal.
O público-alvo em São Bernardo é de 34.217 crianças, das quais 8.421 já foram vacinadas, isso totaliza cerca de 24,6% da meta total de 95%. Em Santo André, 30.721 crianças fazem parte do público-alvo da campanha, mas até o momento 7.495 foram vacinadas, o que corresponde a 24,3% da população infantil.
Mauá não informou os dados exigidos, porém, ressaltou que as 23 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município aplicam os imunizantes de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Ribeirão Pires não respondeu até o fechamento da matéria.
Poliomielite pode ser fatal
Em entrevista ao RD, Denise Schoeps, médica pediatra e professora associada da Faculdade de Medicina do ABC, enfatiza a importância da vacinação e afirma que, sem o cuidado, a doença pode ser fatal. “A poliomielite pode causar paralisia de membros superiores e inferiores, ou até paralisia total, que pode ser fatal. Não existe tratamento para a doença, portanto, a vacinação é a única forma de prevenção”, explica.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a poliomielite foi erradicada do Brasil na década de 90, porém há sempre o risco de reintrodução do vírus através de casos importados. “Há lugares do mundo onde a poliomielite ainda existe, então tem a chance de que pessoas infectadas tragam o vírus para o Brasil, por isso é crucial manter as taxas de vacinação altas para prevenir a circulação do vírus”, alertou a pediatra.
Schoeps também destacou os sintomas iniciais que podem surgir em crianças não vacinadas. “Os primeiros sinais podem ser semelhantes aos de uma virose, com febre, dor de cabeça e mal-estar, seguidos por dores nos membros e, eventualmente, paralisia”, afirma.
Para garantir a proteção da população, é essencial que os níveis de vacinação estejam acima de 95%, assim, minimizar a disseminação do vírus.
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Seção: São Caetano