
Publicado em 27/04/2024 - 08:15 / Clipado em 27/04/2024 - 08:15
Transmissão da dengue no outono é silenciosa e requer atenção
Amanda Lemos
O início do outono é sinônimo de dias mais curtos e temperaturas mais amenas. Entretanto, é importante lembrar que os cuidados com a proliferação do mosquito Aesdes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya devem continuar, tendo em vista que nesta estação, a infestação se torna ainda mais silenciosa. Isso é o que afirma a parasitologista e professora do Centro Universitário FMABC, Alaíde Mader Braga Vidal.
Em entrevista ao RD, a especialista alerta que apesar de ser uma estação de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, no outono não é momento de baixar a guarda. “A transmissão da dengue neste período é mais lenta e as pessoas costumam se preocupar mais com as doenças respiratórias, mas não podemos negligenciar a dengue, porque ela continua e os cuidados também dever ser mantidos”, afirma.
A principal ação para combater o mosquito é eliminar locais que acumulam água parada, como pneus, pratinhos de planta, vasilhas de cachorros e garrafas vazias. Vale ressaltar que 80% dos criadouros do inseto estão nas residências, então prestar atenção nos ralos, calhas, toldos, marquises, torneiras fechadas e piscinas cobertas também é fundamental.
Segundo a parasitologista, o ciclo de vida do mosquito dura entre 7 a 10 dias, assim, quanto mais alta a temperatura, mais rápido é o ciclo. “Associado a isso, o ovo tem grande resistência ao ambiente externo e pode resistir até um ano”, alerta a médica ao frisar que somado a isso, a questão de que o outono não é 100% seco nem de temperaturas mais baixas, a previsão é de chuvas e temperaturas altas, o que favorece os ovos eclodirem. “Então não podemos deixar de cuidar desses criadouros”, salienta.
Casos no ABC
Na comparação entre os dois primeiros meses de 2024 e os meses de março e abril, a região apontou alta significativa nos diagnósticos por dengue, passando do total de 1.586 casos, em quatro municípios do ABC (Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e São Caetano), para 4.535 casos, variação de 185%.
O cenário mais agravante se dá entre as cidades de Santo André e São Caetano. Enquanto o primeiro município passou de 880 casos nos dois primeiros meses para 2.527, São Caetano saltou de 637 diagnósticos para 1.771 em março e abril. Já Ribeirão Pires passou de 50 casos para 182 e Rio Grande da Serra saltou de 19 para 55 casos.
As demais cidades não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
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Seção: Saúde