
Publicado em 02/04/2024 - 08:09 / Clipado em 02/04/2024 - 08:09
Sindicato dos Químicos do ABC quer Alckmin em negociação com a Basf
Carlos Carvalho
A demissão de 150 trabalhadores do setor de tintas automotivas da Basf, em São Bernardo, segue em debate no Sindicato dos Químicos do ABC. Ao RDtv desta segunda-feira (01/04), o presidente da entidade sindical, José Evandro, apontou a tentativa de fazer com que o Governo Federal, a partir do vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDICS), Geraldo Alckmin (PSB), possa participar das negociações junto à matriz alemã da empresa.
A busca por um apoio da União nestas negociações começou há algumas semanas com uma reunião em Brasília. Nesta segunda, em São Bernardo, o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), também conversou com Evandro, o secretário de Administração do Sindicato e trabalhador da Basf, Fabio Lins, e o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC e secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Aroaldo Silva, sobre o assunto.
Segundo o sindicalista há apoio Federal para buscar uma solução sobre o tema, mas a ideia é que a participação de Alckmin seja direta nas conversas com a matriz na Alemanha. Além de reverter a situação dos demitidos, o Sindicato visa retomar o pagamento sobre a periculosidade, algo que foi retirado no ano passado, sem que houvesse um contato prévio com o Sindicato dos Químicos para negociação.
Aliás, José Evandro relata que há alguns anos não há um bom entendimento na relação da empresa com o Sindicato dos Químicos do ABC. Nas últimas semanas, segundo o sindicalista, representantes da Basf tentaram convencer os trabalhadores de que a entidade sindical não queria negociar, algo que foi desmentido prontamente.
“O que pedimos é respeito com esse processo, se não qualquer multinacional que chega no Brasil vai usufruir de todos os benefícios, e a Basf usa o Reiq que é o Regime Especial da Indústria Química. Tem isenção na folha de pagamento e na hora de cumprir uma das contrapartidas que é manter os postos de trabalho, ela não cumpre”, disse Evandro.
Atualmente os trabalhadores da Basf estão em estado de greve e uma paralisação na planta de São Bernardo não é descartada. José Evandro relata que houve alguns contatos com a matriz na Alemanha e agora se aguarda um novo posicionamento sobre as demissões e a periculosidade.
Enquanto isso a entidade sindical ainda tenta entender todo o cenário. A “surpresa” com as demissões aumentou com a justificativa da empresa de que o setor de tintas automotivas estava “dando prejuízo” e por isso resolveu fechar o setor em todas as unidades na América Latina.
Porém, o Sindicato dos Químicos do ABC questiona sobre a decisão após um anúncio de investimento de mais de R$ 100 bilhões no setor automotivo para os próximos anos, o que na visão da entidade não dá base para demissões neste momento.
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Seção: RDtv, Economia