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 Portal G1

Publicado em 24/03/2024 - 08:38 / Clipado em 24/03/2024 - 08:38

Prefeitura de SP volta a pedir ao TCU e à Aneel rescisão de contrato com a Enel


POR REDAÇÃO

 

A ação ocorre após os inúmeros e frequentes problemas de falta de energia na cidade.

Ofício assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB)e encaminhado na sexta-feira (22) à Aneel, agência responsável pela fiscalização dos serviços prestados pela Enel, afirma que, “por serem, assim, tão graves as falhas ocorridas e a renitência da concessionária em adimiti-las e corrigir sua conduta, o município de São Paulo, mais uma vez, busca que essa agência instaure procedimento com visitas à rescisão da concessão, única medida que se vislumbra capaz de garantir a continuidade de serviço público essencial à vida na maior cidade do país".

Também na sexta, o prefeito havia anunciado durante entrevista coletiva em uma agenda na Zona Sul que encaminharia os pedidos. Na entrevista, Nunes chamou a Enel de “irresponsável” e afirmou que ela “não pode mais continuar na cidade de São Paulo” (leia mais abaixo).

Procurada pelo g1, a Enel disse que não irá comentar a representação.

 

Críticas à Enel

Nunes disse, na entrevista da sexta, que, por se tratar de concessão federal, está “de mãos atadas”: “Não posso multar, não posso tirá-la daqui. Quem faz isso é o governo federal, quem pode terminar essa concessão e aplicar as multas é a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]”.

“Eu já entrei com duas ações judiciais contra a Enel na Justiça de São Paulo, representei a Enel na Agência Nacional de Energia Elétrica, porque a Enel tem a concessão, regulação e fiscalização do governo federal. Nós estamos de mãos amarradas. Também fiz uma representação no Tribunal de Contas da União”, afirmou.

O prefeito disse também que foi elaborada uma proposta de alteração de lei federal para as prefeituras passarem a fiscalizar esse tipo de concessão.

“Elaboramos uma minuta de alteração da lei federal, onde eu vou apresentar ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, e aos demais deputados, para que possa ter uma apreciação e que a lei passe a considerar que as prefeituras tenham o poder de fiscalização e anuência das novas concessões."

E completou: "Porque é regulação federal, mas os serviços são dois municípios, e os prefeitos ficam de mãos atadas. A gente não tem o que fazer com esse desserviço que a Enel faz aqui na cidade”.

 

 

Nunes afirmou também que está em contato com o presidente da Enel no Brasil, Antônio Scala, e que ele tem se colocado à disposição, “o problema é que não acontece”.

“É uma luta terrível na justiça, uma luta terrível com o órgão federal de regulação. Agora, a gente infelizmente tem uma empresa que não tem estrutura, eles desmontaram toda a infraestrutura, não tem gente.”

A Enel é uma multinacional italiana de capital misto voltada para o setor energético. Criada em 1962, a empresa iniciou sua expansão para o exterior no início do século 21 e, atualmente, está presente em 30 países ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá, Espanha e, claro, Brasil.

O contrato de concessão da Enel pertence a Aneel, que é gerida pelo governo federal.

Em nota na manhã desta sexta, a Enel disse que "lamenta os transtornos causados aos clientes que nos últimos dias foram impactados por ocorrências envolvendo a rede de distribuição subterrânea da companhia na região Central da cidade. A distribuidora esclarece que os problemas iniciaram a partir de danos provocados em distintos circuitos subterrâneos, cuja reparação é complexa e demorada, dada as dificuldades e especificidades desse tipo de rede (galerias subterrâneas)".

O comunicado também afirma que "tem empenhado todos os esforços e recursos para restaurar os parâmetros originais e a configuração das redes afetadas".

 

Multa não paga

Multada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em R$ 165,8 milhões após o apagão que deixou boa parte da cidade de São Paulo no escuro no ano passado por uma semana, a Enel ainda não quitou a dívida com a agência.A multa foi aplicada no início de fevereiro deste ano e tinha dez dias para ser paga ou contestada pela companhia, segundo a Aneel.

Passado mais de um mês do fim do prazo, a concessionária de energia ainda não liquidou a dívida e, de acordo com a agência, há um recurso administrativo interposto pela concessionária em fase de análise.

A Enel afirma que estratégia no período de 2024-2026 é investir quase US$ 3 bilhões em distribuição de energia nas três áreas de concessão onde atua (RJ, SP e Ceará), "principalmente para aumentar a qualidade e a resiliência da rede elétrica e melhorar o serviço prestado aos clientes".

"Muitas iniciativas já estão em curso, como a modernização da estrutura da rede, a digitalização do sistema, o aperfeiçoamento dos canais de comunicação com os clientes, além da elevação dos graus de criticidade nos planos de contingência e a mobilização de mais equipes em campo", declarou a companhia.

 

Governo federal pede punição

Na terça (19), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encaminhou um ofício à Aneel determinando "célere e rígida apuração dos fatos, bem como responsabilização e punição rigorosa da concessionária", que tem de apresentado problemas constantes na qualidade da prestação dos serviços.

 

Procon notifica

A empresa também foi notificada pelo Procon-SP para que envie informações detalhadas sobre as interrupções no fornecimento de energia elétrica em diversos pontos da Capital paulista, desde a última sexta-feira (15), quando o aeroporto de Congonhas precisou interromper suas operações.

As explicações devem ser enviadas em até 7 dias e serão analisadas pelos especialistas do Procon-SP.

 

Ação da Alesp

Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), os deputados estaduais formaram uma frente parlamentar para investigar os trabalhos da Enel no estado.

O grupo se chama 'Frente Parlamentar de Defesa dos Municípios Atendidos pela ENEL Distribuição São Paulo'.

O coordenador da frente, deputado Thiago Auricchio (PL), enviou um ofício pedindo esclarecimentos para e empresa em relação as mais de 24 horas do Centro de SP sem energia elétrica.

 

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/03/24/prefeitura-de-sp-volta-a-pedir-ao-tcu-e-a-aneel-rescisao-de-contrato-com-a-enel.ghtml

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Seção: São Paulo