
Publicado em 22/03/2024 - 08:39 / Clipado em 22/03/2024 - 08:39
Candidato denuncia fraude em concurso público de S.Caetano
Resultado de teste de aptidão física, para ingresso na Guarda Municipal, teria sido alterado e concorrente a uma das vagas foi desclassificado
Por Wilson Guardia
FOTO: Celso Luiz/DGABC
O concurso público para o preenchimento de 94 vagas na GCM (Guarda Civil Municipal) de São Caetano, realizado no ano passado, é alvo de denúncia de um dos participantes. Carlos Alberto dos Santos, candidato inscrito no certame, aprovado em quase todas as etapas, levanta suspeita de fraude no processo após ser eliminado no meio do caminho.
“Houve algum rolo ou tem alguma falcatrua”, disse ao Diário, complementando que a banca Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional), empresa contratada pela gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), alterou o resultado do seu TAF (Teste de Aptidão Física) de “apto” para “ausente”.
O resultado preliminar, que garantiu a Santos avançar para a próxima fase, a de avaliação médica, foi publicado no site da banca no dia 8 de janeiro, porém, pouco mais de uma semana depois, no dia 16, o Idecan divulgou outro resultado do teste de aptidão física retificado e informando sobre a sua desclassificação, argumentando que o candidato havia infringido o subitem 9.6 do edital nº 03/2023, que trata de candidatos ausentes.
Antes da alteração relatada pelo denunciante, porém, ele chegou a ser convocado para a fase de avaliação médica. O resultado preliminar informando sobre sua aprovação foi divulgado em 4 de fevereiro, quase um mês após a banca dizer que ele estava “ausente” no teste físico. Santos disse que realizou os exames solicitados pelo edital em clínicas particulares e pagou cerca de R$ 2.000. Perguntado se teria como comprovar os gastos, afirmou ter as notas fiscais, mas não apresentou os documentos para a equipe de reportagem.
Outro ponto que chama a atenção é o da participação do candidato em mais uma fase, a da investigação social. “Uma equipe foi até minha casa”, afirmou.
Santos contou ainda que algumas irregularidades identificadas por ele na data da avaliação física aumentam as suspeitas de fraude. “No dia da prova estava uma bagunça, nem os portões foram fechados”, observou. Essa situação, segundo ele, não seria um caso isolado. “Nos dias das provas objetivas e discursivas, o acesso não estava restrito durante todo o período de aplicação dos exames”, denunciou.
Para provar que esteve no local do TAF, no centro esportivo anexo ao Bosque do Povo, em São Caetano, Santos garantiu que pediu à banca a lista de presença e disse que foi ignorado. O candidato, inclusive, está preparando uma ação judicial e pretende anexar no processo a localização do GPS do seu celular para comprovar que esteve no local fazendo os testes.
RECURSO
O candidato explicou que apresentou recurso e que, no entanto, a Idecan não aceitou. A justificativa para a recusa foi o prazo para contraposição, que estaria encerrado. Santos nota ainda que não há previsão no edital para mudança de resultado ou regras ao longo do certame.
Carlos Alberto dos Santos também disse ter procurado a Prefeitura reiteradas vezes e, em uma delas, um funcionário teria constatado um “erro” e prometeu que notificaria a banca, mas até hoje nenhum posicionamento oficial foi apresentado.
O Diário fez contato com a Prefeitura de São Caetano, que não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição. Já o Idecan se posicionou por meio de nota e negou veementemente a acusação de Carlos Alberto. “O candidato não compareceu ao TAF e poderá, inclusive, ser aberto um processo criminal contra ele”, escreveu.
https://www.dgabc.com.br/Noticia/4127991/candidato-denuncia-fraude-em-concurso-publico-de-s-caetano
Veículo: Online -> Site -> Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP
Seção: Política