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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 21/02/2024 - 19:18 / Clipado em 21/02/2024 - 19:18

Editorial - Método Ricupero


 

A decisão da juíza Daniela Anholeto Valbao Pinheiro Lima sobre o Nosso Prato, em São Caetano, é ainda mais ampla do que inicialmente divulgado. Além de mandar o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) pôr fim à discriminação que impunha aos clientes do restaurante popular, ao exigir que fizessem cadastro prévio na administração, a magistrada determinou que a administração promova ampla campanha de divulgação das novas regras, de modo que a sociedade tome conhecimento, o que ainda não vem sendo feito. Ao tentar esconder a derrota na Justiça, o chefe do Executivo são-caetanense demonstra compactuar com os métodos de antigo ministro da Fazenda, o diplomata Rubens Ricupero.

Em embargos de declaração à sentença da juíza, o promotor Alessandro Augustus Alberti, lembrando que a administração Auricchio “tem histórico negativo de descumprir ordens judiciais, mesmo aquelas com trânsito em julgado”, solicitou que a magistrada obrigasse a Prefeitura a dar publicidade à decisão desfavorável, citando que a inauguração do restaurante foi “fartamente” divulgada nos meios de comunicação, “incluindo a Rede Globo”. O cuidado do representante do Ministério Público é importante. Personalista ao extremo, como se a população lhe devesse algum tipo de louvor por governar o município, o prefeito de São Caetano parece ter problemas em admitir seus erros.

Nisso, o comportamento de Auricchio se assemelha ao de Rubens Ricupero. Hoje com 86 anos e afastado da política, ele se envolveu em polêmica quando era ministro do governo Itamar Franco. Era 1994. Convidado pelo Jornal da Globo para entrevista sobre o trabalho no governo, conversava despretensiosamente com o repórter Carlos Monforte nos bastidores, antes de entrar no ar, sem saber que o diálogo era captado pelo canal privativo de satélite da Embratel, acessível via antenas parabólicas. Ao falar sobre seu método de atuação, soltou: “Não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. O episódio passou à história como o Escândalo da Parabólica. Lembra alguém?

 

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